sábado, 11 de julho de 2009

200 Livros selecionados pela Revista BRAVO, especializada em Literatura.


100 LIVROS LITERATURA BRASILEIRA
MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS, Machado de Assis
DOM CASMURRO, Machado de Assis
VIDAS SECAS, Graciliano Ramos
OS SERTÕES, Euclides da Cunha
GRANDE SERTÃO: VEREDAS, Guimarães Rosa
A ROSA DO POVO, Carlos Drummond de Andrade
LIBERTINAGEM, Manuel Bandeira
LAVOURA ARCAICA, Raduan Nassar
A PAIXÃO SEGUNDO G.H., Clarice Lispector
MACUNAÍMA — O HERÓI SEM NENHUM CARÁTER, Mário de Andrade
LIRA DOS VINTE ANOS, Álvares de Azevedo
O TEMPO E O VENTO, Erico Verissimo
MORTE E VIDA SEVERINA, João Cabral de Melo Neto
VESTIDO DE NOIVA, Nelson Rodrigues
SERAFIM PONTE GRANDE, Oswald de Andrade
CRÔNICA DA CASA ASSASSINADA, Lúcio Cardoso
OS ESCRAVOS, Castro Alves
O GUARANI, José de Alencar
ROMANCEIRO DA INCONFIDÊNCIA, Cecília Meireles
TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA, Lima Barreto
SÃO BERNARDO, Graciliano Ramos
LAÇOS DE FAMÍLIA, Clarice Lispector
SERMÕES, Padre Vi eira
AS MENINAS, Lygia Fagundes Telles
SAGARANA, Guimarães Rosa
NOVA ANTOLOGIA POÉTICA, Mário Quintana
NAVALHA NA CARNE, Plínio Marcos
A OBSCENA SENHORA D, Hilda Hilst
NOVA ANTOLOGIA POÉTICA, Vinícius de Moraes
BRÁS, BEXIGA E BARRA FUNDA, Antônio de Alcântara Machado
PAULICÉIA DESVAIRADA, Mário de Andrade
I-JUCA PIRAMA, Gonçalves Dias
BAÚ DE OSSOS, Pedro Nava
A VIDA COMO ELA É, Nelson Rodrigues
A ALMA ENCANTADORA DAS RUAS, João do Rio
ESTRELA DA MANHÃ, Manuel Bandeira
OBRA POÉTICA, Gregório de Matos
GABRIELA, CRAVO E CANELA, Jorge Amado
MARÍLIA DE DIRCEU, Tomás Antônio Gonzaga
CLARO ENIGMA, Carlos Drummond de Andrade
MAR ABSOLUTO, Cecília Meireles
MALAGUETA, PERUS E BACANAÇO, João Antônio
O PAGADOR DE PROMESSAS, Dias Gomes
NOITE NA TAVERNA, Álvares de Azevedo
ROMANCE D’A PEDRA DO REINO E O PRÍNCIPE DO SANGUE DO VAI-E-VOLTA, Ariano Suassun a
BAGAGEM, Adélia Prado
VIVA O POVO BRASILEIRO, João Ubaldo Ribeiro
MEMÓRIAS DE UM SARGENTO DE MILÍCIAS, Manuel Antônio de Almeida
CARTAS CHILENAS, Tomás Antônio Gonzaga
CANAÃ, Graça Aranha
MEMÓRIAS SENTIMENTAIS DE JOÃO MIRAMAR, Oswald de Andrade
A COLEIRA DO CÃO, Rubem Fonseca
ESPUMAS FLUTUANTES, Castro Alves
UM COPO DE CÓLERA, Raduan Nassar
A ESTRELA SOBE, Marques Rebelo
POEMA SUJO, Ferreira Gullar
LUCÍOLA, José de Alencar
O ATENEU, Raul Pompéia
FOGO MORTO, José Lins do Rego
O QUINZE, Rachel de Queiroz
SEMINÁRIO DOS RATOS, Lygia Fagundes Telles
INVENÇÃO DE ORFEU, Jorge de Lima
TERRAS DO SEM FIM, Jorge Amado
BROQUÉIS, Cruz e Souza
O ENCONTRO MARCADO, Fernando Sabino
A MORENINHA, Joaquim Manuel de Macedo
MORANGOS MOFADOS, Caio Fernando Abreu
O EX-MÁGICO, Murilo Rubião
O PICAPAU AMARELO, Monteiro Lobato
AS METAMORFOSES, Murilo Men des
HARMADA, João Gilberto Noll
ÓPERA DOS MORTOS, Autran Dourado
O CORTIÇO, Aluísio Azevedo
A ESCRAVA ISAURA, Bernardo Guimarães
200 CRÔNICAS ESCOLHIDAS, Rubem Braga
O VAMPIRO DE CURITIBA, Dalton Trevisan
O CORONEL E O LOBISOMEM, José Cândido de Carvalho
OS RATOS, Dyonélio Machado
O ANALISTA DE BAGÉ, Luis Fernando Verissimo
FEBEAPÁ, Stanislaw Ponte Preta
O HOMEM E SUA HORA, Mário Faustino
CATATAU, Paulo Leminski
OS CAVALINHOS DE PLATIPLANTO, José J. Veiga
AVALOVARA, Osman Lins
EU, Augusto dos Anjos
O QUE É ISSO, COMPANHEIRO?, Fernando Gabeira
O BRAÇO DIREITO, Otto Lara Resende
QUARUP, Antonio Callado
A SENHORITA SIMPSON, Sérgio Sant’Anna
TREMOR DE TERRA, Luiz Vilela
ZERO, Ignácio de Loyola Brandão
GALVEZ, IMPERADOR DO ACRE, Márcio Souza
VIVA VAIA, Augusto de Campos
GALÁXIAS, Haroldo de Campos
INOCÊNCIA, Visconde de Taunay
PO ESIAS, Olavo Bilac
O TRONCO, Bernardo Élis
O URAGUAI, Basílio da Gama
JUCA MULATO, Menotti del Picchia
CONTOS GAUCHESCOS, João Simões Lopes Neto
------------------------------------------
100 LIVROS LITERATURA MUNDIAL
1. Ilíada, Homero
2. Odisséia, Homero
3. Hamlet, William Shakespeare
4. Dom Quixote, Miguel de Cervantes
5. A Divina Comédia, Dante Alighieri
6. Em Busc a do Tempo Perdido, Marcel Proust
7. Ulysses, James Joyce
8. Guerra e Paz, Leon Tolstoi
9. Crime e Castigo, Dostoiévski
10. Ensaios, Michel de Montaigne
11. Édipo Rei, Sófocles
12. Otelo, William Shakespeare
13. Madame Bovary, Gustave Flaubert
14. Fausto, Goethe
15. O Processo, Franz Kafka
16. Doutor Fausto, Thomas Mann
17. As Flores do Mal, Charles Baldelaire
18. Som e a Fúria, William Faulkner
19. A Terra Desolada, T.S. Eliot
20. Teogonia, Hesíodo
21. As Metamorfoses, Ovídio
22. O Vermelho e o Negro, Stendhal
23. O Grande Gatsby, F. Scott Fitzgerald
24. Uma Estação No Inferno,Arthur Rimbaud
25. Os Miseráveis, Victor Hugo
26. O Estrangeiro, Albert Camus
27. Medéia, Eurípedes
28. A Eneida, Virgilio
29. Noite de Reis, William Shakespeare
30. Adeus às Armas, Ernest Hemingway
31. Coração das Trevas, Joseph Conrad
32. Admirável Mundo Novo, Aldous Huxley
33. Mrs. Dalloway, Virgínia Woolf
34. Moby Dick, Herman Melville
35. Histórias Extraordinárias, Edgar Allan Poe
36. A Comédia Humana, Balzac
37. Grandes Esperanças, Charles Dickens
38. O Homem sem Qualidades, Robert Musil
39. As Viagens de Gulliver, Jonathan Swift
40. Finnegans Wake, James Joyce
41. Os Lusíadas, Luís de Camões
42. Os Três Mosqueteiros, Alexandre Dumas
43. Retrato de uma Senhora, Henry James
44. Decameron, Boccaccio
45. Esperando Godot, Samuel Beckett
46. 1984, George Orwell
47. Galileu Galilei, Bertold Brecht
48. Os Cantos de Maldoror, Lautréamont
49. A Tarde de um Fauno, Mallarmé
50. Lolita, Vladimir Nabokov
51. Tartufo, Molière
52. As Três Irmãs, Anton Tchekov
53. O Livro das Mil e uma Noites
54. Don Juan, Tirso de Molina
55. Mensagem, Fernando Pessoa
56. Paraíso Perdido, John Milton
57. Robinson Crusoé, Daniel Defoe
58. Os Moedeiros Falsos, André Gide
59. Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis
60. Retrato de Dorian Gray, Oscar Wilde
61. Seis Personagens em Busca de um Autor, L uigi Pirandello
62. Alice no País das Maravilhas, Lewis Caroll
63. A Náusea, Jean-Paul Sartre
64. A Consciência de Zeno, Italo Svevo
65. A Longa Jornada Adentro, Eugene O’Neill
66. A Condição Humana, André Malraux
67. Os Cantos, Ezra Pound
68. Canções da Inocência/ Canções do Exílio, William Blake
69. Um Bonde Chamado Desejo, Teneessee Williams
70. Ficções, Jorge Luis Borges
71. O Rinoceronte, Eugène Ionesco
72. A Morte de Virgilio, Herman Broch
73. As Folhas da Relva, Walt Whitman
74. Deserto dos Tártaros, Dino Buzzati
75. Cem Anos de Solidão, Gabriel García Márquez
76. Viagem ao Fim da Noite, Louis-Ferdinand Céline
77. A Ilustre Casa de Ramires, Eça de Queirós
78. Jogo da Amarelinha, Julio Cortazar
79. As Vinhas da Ira, John Steinbeck
80. Memórias de Adriano, Marguerite Yourcenar
81. O Apanhador no Campo de Centeio, J.D. Salinger< br /> 82. Huckleberry Finn, Mark Twain
83. Contos de Hans Christian Andersen
84. O Leopardo, Tomaso di Lampedusa
85. Vida e Opiniões do Cavaleiro Tristram Shandy, Laurence Sterne
86. Passagem para a Índia, E.M. Forster
87. Orgulho e Preconceito, Jane Austen
88. Trópico de Câncer, Henry Miller
89. Pais e Filhos, Ivan Turgueniev
90. O Náufrago, Thomas Bernhard
91. A Epopéia de Gilgamesh
92. O Mahabharata
93. As Cidades Invisíveis, Italo Calvino
94. On the Road, Jack Kerouac
95. O Lobo da Estepe, Hermann Hesse
96. Complexo de Portnoy, Philip Roth
97. Reparação, Ian MacEwan
98. Desonra, J.M. Coetzee
99. As Irmãs Makioka, Junichiro Tanizaki
100 Pedro Páramo, Juan Rulfo

A narrativa da doença



“A literatura ajuda Médicos a compreender a história de seus pacientes e a formular diagnósticos mais precisos”.
* Moacyr Scliar


Frustrado pela escassa repercussão de sua obra literária, o grande escritor tcheco Franz Kafka (1883 – 1924) observou que sua trajetória girava em torno do absurdo que é trocar a vida por palavras. Isso pode mesmo ser uma incoerência; mas a verdade é que a vida só pode ser compreendida, se for expressa em palavras. Nasce assim aquilo que é parte inseparável pela existência humana: a narrativa.

Contar e ouvir histórias são necessidades que estão embutidas em nosso próprio genoma. Daí os mitos, aquelas fantasias que servem para explicar fenômenos em geral naturais que, de outra maneira, seriam incompreensíveis ao menos para as culturas ditas primitivas. Daí também as histórias infantis, das quais criança alguma prescinde. Daí os livros sagrados, o Antigo Testamento, o Novo Testamento e o Corão. E daí também a grande literatura. Escritores tornaram-se célebres por usar as palavras – e a narrativa – como meios de criação estética.

Apesar do ceticismo de Kafka, continuamos a nos maravilhar com sua ficção. Mas todo mundo conta histórias, seja como forma de confraternização, de divertimento, de desabafo. A narrativa esta presente no cotidiano, às vezes em situações angustiantes. É o caso da narrativa de pacientes que vão ao médico. A pergunta: “O que o traz aqui?” ou “Em que posso ajudá-lo?” faz com que a pessoa, com maior ou menor dificuldade, conte uma história que pode começar assim: “Eu estava bem doutor, mas aí surgiu essa dor no peito...”.

A medicina tem um nome para a história que o paciente narra espontaneamente ou respondendo a perguntas: anamnese. A palavra vem do grego e quer dizer “não esquecer”, “lembrar”. Aquilo que a pessoa diz é então “traduzido”para a linguagem técnica no sentido de formular um diagnóstico ou uma hipótese. Isto, som apoio do exame clínico e das análises complementares, como as dosagens sanguíneas. À medida que a tecnologia foi se aperfeiçoando, diminuiu a importância da anamnese, que às vezes se restringe a alguns minutos. Mas essa mudança não se fez sem um preço. Médicos e pacientes constatam – com preocupação – que prejudica a empatia. Resultado: insatisfação, que muitas vezes se transforma em até em processos judiciais contra os profissionais.

Muitos médicos estão tentando recuperar a importância que a narrativa do paciente tinha no passado. São adeptos da medicina narrativa que tem vários expoentes, a começar pela médica americana Rita Charon, que dirige o pioneiro programa de medicina narrativa na prestigiosa Universidade de Columbia, em Nova York,e que ensina médicos e estudantes a valorizar a história, e, por meio dela, a vida emocional do paciente. Para isso, o programa busca ajuda na teoria literária, e isso, a também PhD em literatura Rita Charon conhece bem.

Grandes escritores – Machado de Assis de O alienista, Leon Tolstoi de A morte de Evan Illich, Thomas Mann de A montanha mágica – podem nos ensinar muito sobre a condição humana numa situação-limite de doença. Estudar escritores é parte do curso da Columbia, que se enquadra nas humanidades médicas, grupo de disciplinas que ensinam a lidar com o contexto histórico, social e psicológico que envolve a enfermidade.

Será a medicina narrativa uma especialidade? Rita é a primeira a responder negativamente. Não se trata de saber manejar este ou aquele equipamento, realizar tal ou qual procedimento; trata-se de uma atitude diante de uma pessoa doente, uma disponibilidade que traz em si a generosidade e a arte da grande literatura.

*Moacyr Scliar é médico, escritor e membro da Academia Brasileira de Letras.

Aroldo Moraes Junior
PhD em Health Economic


Publicado na revista Mente&Cérebro – Junho 2009.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

"Preço na rede privada é quatro vezes maior que no SUS"


Essa foi a manifestação da Unimed na reunião discutida ontem na Subcomissão Permanente de Promoção, Acompanhamento e Defesa da Saúde
Valdmário Rodrigues Júnior, diretor de Integração Cooperativista da Unimed do Brasil, afirmou que sistemas privados de saúde pagam até quatro vezes mais por um produto ortopédico, em comparação com o preço pago pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O assunto foi debatido nesta terça-feira (07) pela Subcomissão de Promoção, Acompanhamento e Defesa da Saúde.
- Deveria haver um controle rigoroso do mercado, que é leonino. Isso acaba piorando as condições do SUS, que não dá conta de atender seus clientes e mais os que migram da saúde suplementar - revelou.
O representante da Unimed ressaltou a importância de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) adotarem "estratégia rápida" para coibir abusos no início da cadeia produtiva, com um acompanhamento de preços, antes de o produto ser oferecido ao médico e ao paciente.
Valdmário Rodrigues Júnior assinalou que o sistema cooperativo tem investido em prevenção e qualidade na prestação do serviço e insistiu na necessidade de "regulamentação rigorosa" do mercado.
Violação da ética
Jorge Luiz da Cunha Carvalho, representante da ANS, denunciou a existência de prática contrária ao código de ética médica, na indicação do equipamento a ser utilizado pelo paciente, situação que está sendo discutida pela Associação Médica Brasileira (AMB) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
- O médico vai fazer uma cirurgia de coluna e receber de R$ 300 a R$ 400, e a prótese vai custar R$ 40 mil, R$ 50 mil. Isso leva à procura de vantagens na colocação de material A ouB - denunciou.
A AMB e o CFM querem que a responsabilidade do médico esteja restrita à indicação do tipo de material e das características da prótese ou órtese, devendo a marca e a procedência serem definidas pela operadora de saúde.
Jorge Carvalho disse, porém, que a posição do CFM já vem provocando polêmica. Conforme explicou, o tema é complexo, pois envolve risco de dano ao paciente em casos de uso de equipamento inadequado, como também de complicações no procedimento cirúgico, quando o médico não estiver familiarizado com o equipamento fornecido.
Ele sugeriu que seja implantado sistema semelhante ao adotado na Suécia, onde existe a notificação de falhas em implantes. Também alertou para problemas de introdução, no mercado, de equipamento importado de alto custo, mas com alto índice de complicações pós-cirúrgicas, situação alimentada, frisou, pela crença equivocada de que "o mais caro é o melhor".
Jorge Carvalho anunciou que, em outubro de 2010, a ANS fará consulta pública para atualização da lista de equipamentos com cobertura pelos planos de saúde, possibilitando a inclusão de material fabricado no exterior, mas que possua registro na Anvisa, e a exclusão daqueles que não estejam registrados na agência.
O representante da ANS explicou ainda que os planos de saúde regidos pela Lei 9.656/99 possuem cobertura obrigatória de todo tipo de órteses e próteses. Já os anteriores a janeiro de 1999, correspondentes a 30% do total, podem tanto prever a cobertura total de gastos com próteses, como apenas daquelas que exigem ato cirúrgico, entre outras possibilidades.
- Um óculos é uma órtese não ligada a ato cirúrgico, mas uma lente intraocular está ligada a ato cirúrgico - exemplificou.

por Cristina Vidigal (Agência Senado)
08/07/2009