segunda-feira, 22 de março de 2010

Auditoria em Sistemas de Saúde, um mercado promissor.


Na última quinta-feira (18/03) os alunos da graduação de Gestão Hospitalar da Estácio de Sá (todas as turmas) – no campus Centro I do Rio de Janeiro – lotaram o auditório para assistir uma palestra sobre Auditoria em Sistemas de Saúde, ministrada pelo professor Aroldo Moraes Junior, coordenador da pós-graduação de Auditoria de Sistemas de Saúde, da mesma instituição.

Segundo Aroldo, o principal objetivo da palestra foi apresentar o quadro atual da atividade de Auditoria em Sistemas de Saúde, na tentativa de desfazer o temor que todo gestor tem da auditoria, como se esta fosse punitiva, e lhes permitindo vislumbrar a auditoria como uma atividade de apoio a gestão.

Moraes enfatiza que os quesitos indispensáveis para formar um bom auditor em saúde são: competência técnica; compromisso com a atualização profissional; humildade em reconhecer que é impossível saber tudo; visão dos processos administrativos; visão acurada do custo/benefício; habilidade política (diplomacia); conhecimento acurado das leis e códigos que regem a assistência à saúde e atuação ética.

Em relação ao mercado que o aluno vai encontrar, após concluir a especialização em Auditoria de Sistemas de Saúde, o coordenador explica: “Uma pesquisa foi realizada por uma ex-aluna. Ela entrevistou mais de 300 ex-alunos do curso, que antes de iniciar o curso nunca haviam tido contato com a auditoria. A mesma constatou que após o término da especialização, cerca de 78% destes alunos já estavam empregados, atuando em operadoras de planos de saúde (como auditores externos); em hospitais e clínicas (como auditores internos) e em órgãos públicos. Isto demonstra a empregabilidade do
curso”, finaliza

Números o seu curso:
Auditores capacitados até o final de 2009: 2745 alunos, em mais de 60 turmas presenciais em várias cidades do Brasil. Somente entre os meses de Março e Abril de 2010 inauguramos mais 4 novas turmas.
- 100% de aprovação no concurso da ANS em 2003
- 72% de aprovação concurso TCE-PE (2005)
- 63% de aprovação concurso ANS (2005)
- 70% de aprovação concurso para Auditores em Saúde, SMS Itabuna (2008)
- 50% de aprovação concurso Auditores em Saúde, SMS Paulo Afonso (2008)


Jornalista responsável
Vanessa Souza
DRT-SC: 01920 – JP

terça-feira, 16 de março de 2010

Recife tem maior concorrência de planos de saúde.



Em contrapartida, Belo Horizonte, em Minas Gerais, é considerado a pior metrópole.

Um estudo do Instituto de Estudos da Saúde Suplementar (IESS), com base nos dados da ANS, revelou que o Recife é a praça brasileira com maior concorrência entre as operadoras. Documento da agência mostra que 295 empresas de planos de saúde que atuam na região metropolitana atendem cerca de 988 mil pessoas.

Uma das metodologias trabalhadas no estudo analisou quanto as quatro maiores empresas detêm do mercado, sendo que quanto menor o resultado, em percentual, mais competitivo é o mercado.

O resultado aponta Recife com 33,2%, contra 50,7% de Belo Horizonte - considerado o pior. Segundo o estudo, as outras quatro metrópoles - São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Salvador, também têm competição. A ideia é que a pesquisa sirva também para avaliar as fusões e aquisições do setor

A outra metodologia tinha como meta analisar todo o mercado. Nesta, Recife e Salvador mantiveram as mesmas posições, com 4,8%, considerado altamente competitivo, e 14,5%, classificado como concentração moderada, respectivamente.
por Saúde Business Web - 16/03/2010.

sábado, 13 de março de 2010

A origem do PITI = peitos = persuasão.


Ilustração de Charcot ministrando aula sobre PITI.

Jean-Martin Charcot (1825 - 1893), cientista francês nascido em Paris, e falecido em Morvan, França, alcançou fama no terreno da psiquiatria na França, na segunda metade do século XIX. Foi, um dos maiores clínicos e professores de Medicina da França e juntamente, com Guillaume Duchenne, o fundador da moderna neurologia.

Começou seus estudos médicos em 1844 e foi nomeado residente médico dos Hospitais de Paris em 1848 e chefe de Clínica em 1853. Sua tese de doutorado estabeleceu a diferença fundamento entre a gota e o reumatismo articular ou nodoso. Realizou estudos pioneiros sobre o sangue descobrindo as plaquetas que levam o seu nome, e descobriu também a gênese da claudicação intermitente. Foi professor na Universidade de Paris por 33 anos (1860-93). A partir de 1862 e até o fim da sua vida trabalhou no hospital da Salpêtrière, do qual foi diretor. Atraiu discípulos de toda a Europa, alguns deles, como Sigmund Freud, se tornariam famosos mais tarde. Orientou sua própria pesquisa sobre as doenças mentais para o campo da neurologia, criando uma clínica neurológica na Salpêtrière, que foi a primeira da Europa. É considerado o fundador da neurologia moderna.

Charcot tornou-se um hábil hipnotizador, e utilizava essa técnica para induzir no paciente as manifestações próprias da histeria, uma doença mental com variada sintomatologia psíquica, acompanhada de manifestações físicas como enrijecimento do corpo característico da doença. Charcot demonstrava para sua audiência de médicos e estudantes que ele podia usar a hipnose para criar em uma pessoa sadia sintomas como tremores, paralisia, insensibilidade à dor, e vários outros sinais próprios da histeria (um caso avançado de hipocondria e depressão) e que podia igualmente aliviar os sintomas dos pacientes histéricos mediante sugestão hipnótica.
Em muitas de suas experiências apresentou Blanche Wittmann, conhecida como "a rainha das histéricas", descrita como uma jovem bonita, autoritária e caprichosa. A qual foi diagnosticada por Charcot, como sendo portadora de PITI.

Charcot acreditava que a histeria resultava de um sistema neurológico fraco e era uma doença hereditária. Podia se instalar após a pessoa sofrer um acidente, era progressiva e irreversível. Um professor de extraordinária competência, ele atraiu estudantes de todas as partes do mundo. Um de seus estudantes em 1885 foi Sigmund Freud, e foi o emprego da hipnose feito por Charcot's na tentativa de descobrir a origem orgânica da histeria que estimulou o interesse de Freud pela origem psicológica das neuroses. Foram seus alunos, além de Freud, também os psicólogos Alfred Binet e Pierre Janet.

O médico Joseph François Félix Babinski (1857-1932), um dos discípulos de Charcot, peruano, filho de um diplomata francês servindo em Lima, Peru, e de mãe polonesa, descreveu em 1903 a extensão do hálux (dedão do pé) e a abertura em leque dos dedos em decorrência de um estímulo na planta do pé (o famoso sinal de Babinski).
Porem Babinsk discordava de seu Mestre quanto à fisiopatologia da Histeria, que poderia se manifestar como dito acima, após um trauma psicológico e principalmente houve discordância de ambos, quanto as formas de tratamento.

Hoje, a grandes maiorias dos profissionais de saúde, ao se deparar com um quadro de piti, o encaram como sendo uma tentativa do paciente chamar a atenção para si, quer seja por seus familiares e outros. Normalmente são relegados (deixados horas em macas, sem nenhuma intervenção séria) ou pior são alvo de chacotas e principalmente de pequenas crueldades (o momento em que deixamos aflorar o pequeno demônio que nos habita).

Concluímos que a forma como o profissional de saúde, encara este distúrbio psíquico, se compara as antigas lobotomias, eletetrochoques, choques de insulina e outros; praticadas nos pacientes diagnosticados como psiquiátricos.
Esta forma de comportamento dos profissionais é o resultado o pouco (ou desinteresse dos mesmos) em estudar o universo das doenças, fechando-se, apenas, nas patologias clássicas, com resultados que os levará ao seu momento de gloria, perante a sociedade; quer seja médica ou leiga. Para com isso auferir lucros, não só monetário mas até mesmo a satisfação interior de ter o seus 15 minutos de gloria.

É preciso repensar como tratamos os nossos pacientes e o PITI é um dos caminhos para esta reflexão. Agiríamos corretamente: orientando os familiares sobre esta doença e encaminharíamos estes pacientes para tratamento psicológico e psicanalítico adequado.

Prof. Dr. Aroldo Moraes Junior
Membro Titular da Sociedade Brasileira de História da Medicina.

sábado, 6 de março de 2010

Horas de sobreaviso não se confundem com horas extras.


A 8ª Turma do TRT-MG manteve a sentença que condenou uma empresa ao pagamento de horas de sobreaviso a um eletricista. Isso porque ficou comprovado no processo que o empregado era regularmente chamado fora de seu expediente para prestação de serviços, tendo de estar sempre em estado de alerta porque os chamados por telefone eram muito freqüentes.
A relatora do recurso, juíza convocada Mônica Sette Lopes, explicou a diferença entre horas de sobreaviso e horas extras: "As horas de sobreaviso não se confundem com o trabalho prestado além da jornada, que se traduz em horas extras. Elas ocorrem quando o empregado fica em sua casa, em estado de alerta, aguardando um chamado potencial que pode ocorrer ou não na linha analógica do art. 244, §2º, da CLT. Se ele é chamado e tem que atender à demanda da empresa, não estará mais de sobreaviso, mas disponibilizando o seu tempo e, normalmente, a não ser que haja algum modo de compensação contratado, estará prestando horas extras".
O TST manifestou, através da sua OJ 49 da SDI, o seguinte entendimento: "O uso do aparelho BIP pelo empregado, por si só, não caracteriza o regime de sobreaviso, uma vez que o empregado não permanece em sua residência aguardando, a qualquer momento, convocação para o serviço" . Entretanto, a juíza chamou a atenção para a expressão "por si só", contida na OJ, salientando que é preciso analisar cada caso concreto. Ou seja, ainda que o uso do BIP não implique em si o sobreaviso, pode ser que haja outros fatores que comprovem essa disponibilização potencial do empregado. No caso, a prova testemunhal e o registro das ligações para o aparelho fixo e para o celular do reclamante atestaram que ele era frequentemente chamado fora do horário de expediente. É que inicialmente havia dois eletricistas na empresa. Depois, o reclamante passou a ser o único a desempenhar essa função. Isso significa que ele poderia ser convocado a qualquer momento, fora do seu turno de trabalho.
Segundo as ponderações da magistrada, mesmo que o eletricista saísse de casa com o celular, a sua liberdade de movimentação era restrita, pois ele não poderia, por exemplo, tomar uma bebida com os amigos tranquilamente, sabendo que poderia ser chamado a qualquer momento para atender às demandas da empresa. Assim, foi confirmada a sentença.
02/03/2010 -(Notícias TRT 3ª Região)
Fonte Fiscosoft On Line
Colaboração: Professa Ana Cristina Duque – Legislação e Saúde em Auditoria

RJ: Sinmed vence ação contra terceirização da saúde


O Sindicato dos Médicos do município do Rio de Janeiro (Sinmed-RJ) venceu ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a terceirização da rede de Saúde do município. A decisão, publicada no último dia 10 de fevereiro, é oriunda de uma ação ajuizada em abril de 2000. Para o presidente do sindicato, Jorge Darze, a vitória representa um marco importante, pois a instância mais alta do Judiciário reconheceu que não pode haver terceirização na área, ameaçando, inclusive, as parcerias firmadas pela atual administração com Organizações Sociais do município.
A prefeitura vai ter que mudar radicalmente a política de Recursos Humanos, porque, a partir do momento que a Justiça notificar o prefeito e o secretário municipal de Saúde, não poderá haver mais contratação de terceirizados e Organizações Sociais", disse Darze, ressaltando que a prefeitura terá que realizar concursos públicos, implantar o plano de carreiras e oferecer um salário que possa fixar o profissional na rede.
Na decisão, o ministro do Supremo Carlos Ayres Britto destacou que "a administração pública direta e indireta, ao prover seus cargos e empregos públicos, deve obediência à regra do concurso público.

Admitem-se somente duas exceções, previstas constitucionalmente, quais sejam, as nomeações para cargo em comissão e a contratação destinada ao atendimento de necessidade temporária e excepcional". Isso significa que a admissão de pessoal para as unidades de saúde da prefeitura só pode ser feita através de concurso público. Para Darze, a decisão repercute diretamente na implantação das Organizações Sociais na área, que, para o Sinmed, também são uma forma de terceirização. A ação foi ajuizada há dez anos, quando o então prefeito Cesar Maia pretendia terceirizar a mão-de-obra das unidades auxiliares de cuidados primários. "Ele quis entregar as unidades às empresas privadas que, na época, eram cooperativas, e terceirizar a administração.

O sindicato fez uma ação judicial e a prefeitura foi perdendo em todas as instâncias, inclusive, no Supremo Tribunal Federal. A última decisão reafirma a argumentação, dizendo que na administração pública não pode haver terceirizados", explica o sindicalista.

Fonte : Folha Dirigida 04/03/2010

segunda-feira, 1 de março de 2010

Desperdício milionário de remédios e insumos médicos.


Nova farmácia para fornecer remédios a doentes crônicos deveria ter sido inaugurada em agosto de 2009, mas a obra ainda não foi concluída | Foto: Carlos Moraes / Agência O Dia

Autoridades deixaram R$ 15,6 milhões em produtos perderem o prazo de validade, entre julho e novembro do ano passado. Material ficou estocado em vez de ser distribuído a hospitais públicos ou a pacientes em tratamento
POR PÂMELA OLIVEIRA

Rio - Medicamentos, materiais médico-hospitalares e insumos como luvas e gazes, que deveriam ter sido usados em hospitais ou disponibilizados para a população, perderam o prazo de validade na Central Geral de Abastecimento do estado, em Niterói. De acordo com relatório preliminar do Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus), do Ministério da Saúde, a Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil desperdiçou R$ 15,6 milhões com produtos que perderam o prazo, entre julho e novembro do ano passado.
Entre o material inutilizado estavam R$ 649,6 mil em medicamentos que fazem parte da grade de remédios excepcionais, que devem ser fornecidos a pacientes com doenças crônicas, como esclerose múltipla, Parkinson, hepatite B e C e outras de alto custo. O desperdício deixou indignados os doentes que dependem do fornecimento de medicamentos do estado, que é feito na Farmácia Estadual que funciona no prédio do Iaserj, no Centro.

Pacientes revoltados

“Tantas pessoas precisando de remédio e o estado deixa estragar. Eu fico triste não só por mim”, disse o aposentado Luis Favrat, 69 anos. Com parkinson, Luis precisa de dois remédios. Quarta-feira, ele saiu de casa em Olaria e não conseguiu um deles, o Prolopa, que custa R$ 45 a caixa. “Falaram para voltar segunda-feira”. Com os R$ 15,6 milhões jogados no lixo, o estado compraria 348 mil caixas do remédio que o aposentado precisa.

Portadores de esclerose múltipla também poderiam ser beneficiados com a verba desperdiçada. “Há mais de um mês, o estado não entrega o Interferon Beta 1A. Os pacientes estão desesperados porque sem a medicação aumenta o risco de crises que podem deixar graves sequelas”, diz Neusa Rocha, presidente da Associação Força e União dos Amigos e Portadores de Esclerose Múltipla.
Com os R$ 15 milhões perdidos, o estado poderia ter comprado pelo menos 1.744 caixas de Interferon Beta 1A, que tem preço máximo ao consumidor R$ 9 mil.
“É uma falta de respeito, de cuidado, de tudo.Por que o estado não usou os milhões para comprar o Interferon que está em falta e é vital para os doentes?”, disse Neusa.
A vistoria do Denasus foi feita a pedido do Ministério Público Federal, que assinou Termo de Ajustamento de Conduta com a Secretaria Estadual de Saúde, em 2007, renovado em 2008. Entre as determinações que deveriam ter sido cumpridas pelo estado está a construção de nova farmácia de dispensação, que deveria ter sido concluída em agosto de 2009.

Segundo o Denasus, em novembro apenas 40,4% da obra estava concluída. O relatório indica condições precárias na farmácia do estado, por enquanto no Iaserj, além da falta de 29 medicamentos.

Secretário denunciou gestão anterior

Não foi a primeira vez que medicamentos perdem a validade na Central Geral de Abastecimento. Em julho de 2007, o estado divulgou a descoberta de R$ 20,4 milhões de remédios e outros itens, como vacinas e sondas, vencidos entre 1999 e 2007.

“O que encontramos aqui é mais do que desorganização: é falta de cuidado com o dinheiro público e com a saúde da população, que não tinha acesso aos medicamentos que, estocados, perdiam a validade”, afirmou, em 20 de julho de 2007, o secretário de Saúde, Sérgio Côrtes, que na época referia-se aos produtos que perderam a validade na gestão anterior à sua.

Na época, Côrtes comunicou o fato ao Ministério Público e à polícia. “Temos um caso de improbidade administrativa e, ao que parece, criminal”, disse, em 2007.

Procurada para explicar o atual desperdício, apontado pelo Denasus no relatório feito em novembro do ano passado, no entanto, a Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil argumentou que o relatório é preliminar. E negou que o valor do prejuízo seja de R$ 15,6 milhões. “O valor do descarte — que refere-se a toda perda registrada durante o ano de 2009 — foi de R$ 8,1 milhões”, disse em nota.
O órgão alegou que o valor representa 1,48% de suas compras e que o percentual “está dentro dos padrões internacionais”. Diz ainda que “vem trabalhando para reduzir cada vez mais as perdas por descartes de medicamentos, insumos e equipamentos.” O estado não explicou a razão de não ter inaugurado a nova farmácia em agosto e afirma que será aberta no primeiro semestre.