sexta-feira, 11 de maio de 2012

Senado torna crime garantia financeira para atendimento médico

O plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira um projeto de lei que torna crime a exigência de condicionar o atendimento médico a qualquer garantia, como o cheque-caução. A matéria segue para sanção da presidente Dilma Rousseff.


A medida visa evitar episódios como o que culminou com a morte do secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento Duvanier Paiva no início deste ano, que sofreu infarto e teve atendimento negado em dois hospitais de Brasília por não apresentar garantias financeiras no momento do atendimento.

Após o acontecimento, a presidente pediu que o governo tomasse medidas para evitar esse tipo de ocorrência em instituições de saúde. A lei - que será denominada - Lei Duvanier -, em homenagem ao secretário ¿ estabelece pena de prisão que pode ir de três meses a um ano do responsável pelo plantão, além de multa para o estabelecimento médico que exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer espécie de garantia para fazer o atendimento de emergência.

A pena será dobrada se a recusa no atendimento resultar em lesão corporal grave (como sequelas) e triplicar se o paciente morrer. Os hospitais e clínicas também ficam obrigados a estampar cartazes informando sobre o crime. O projeto aprovado hoje também proíbe a determinação de que o paciente preencha formulários administrativos antes do atendimento. As novas regras valem tanto para hospitais públicos quanto para estabelecimentos privados.

O projeto de lei da Câmara (PLC) que pune as instituições que exigirem do paciente em emergência qualquer tipo de garantia financeira para realizarem atendimento médico-hospitalar foi aprovado ontem pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

O texto, que já havia passado no Plenário da Câmara na quarta-feira da semana passada, altera o Código Penal ao criar um novo tipo de crime específico, relacionado à omissão de socorro (artigo 135). Atualmente, não há referência expressa nesse artigo quanto ao não atendimento urgente de saúde. Hoje, a punição prevista para omissão de socorro é detenção de um a seis meses ou multa.

Link da Notícia na Globonews
http://g1.globo.com/globo-news/jornal-globo-news/videos/t/todos-os-videos/v/senado-aprova-a-criminal

Por: Luciana Cobucci

Foto: Google Imagem




quinta-feira, 3 de maio de 2012

Congeresso em Gestão e Auditoria

A VI AUDIT E I JORNADA DE AUDITORIA DE QUALIDADE E ACREDITAÇÃO EM SERVIÇOS DE SAÚDE estará sendo realizada no FÓRUM NORDESTE EM GESTÃO DE SAÚDE - NO CENTRO DE CONVENÇÕES EM SETEMBRO!


Este é para quem reclama de faltas de eventos na área. Vamos lá pessoal. Temos muito o que debater, principalmente em tempos de Rios, Cachoeiras, Delta's Boys e outros tem aparecido no cenário atual.
Eu estarei lá...vem comigo???

terça-feira, 1 de maio de 2012

Estamos todos em Avenida Brasil

Em breve, começa a CPI dos psicopatas

Não perco um capítulo da novela Avenida Brasil. Ela chegou em boa (ou má) hora, quando os escândalos em "cachoeira" revelam os intestinos de nossa vida política. Essa novela é um fato novo, porque fala a espectadores da chamada "classe C", essa nova categoria que surge com o crescimento da economia.
Muitos diziam: "Ah, classe C? Só veremos banalidades." Nada disso. Talvez tenha acabado a luta pelo o ibope mostrando aos pobres as casas luxuosas de Ipanema. Agora, trata-se da vida da classe média sob a influência moral dos dias atuais. A trama dramática da novela se tece com personagens vitais do dia a dia da maioria dos brasileiros. E isso torna os conflitos mais densos, mais gerais, mais profundos. A grande qualidade de Avenida Brasil é a conexão entre um verdadeiro enredo de filme de ação com uma aguda psicologia das personagens populares - que em geral eram criadas como "tipos", apenas. Sem contar os grandes atores como Débora Falabella, Vera Holtz, Murilo Benício e os outros todos. Há uma mutação em curso no País e a novela toca nesse ponto. A psicopatia está virando o tema central de várias novelas recentes. Em Vale Tudo, a mais antiga, tivemos o surgimento de Maria de Fátima, de Glória Pires, a fundadora da psicopatia no ar; tivemos Flora, com Patrícia Pillar, tivemos Tereza Cristina com Cristiane Torloni, tantas. E agora, Adriana Esteves genial como a malvada da hora. Elas variaram entre uma maldade sutil e melíflua, como Flora, até a brutal voracidade de Carminha.

E essas vilãs traçam um retrato de nosso tempo - a psicopatia virou uma forma de viver e de fazer política.

E temos de confessar que as malvadas nos fascinam pela ausência de culpa em seus corações. Na obra de João Emanuel Carneiro houve um diálogo que resume essa doença "pós-utópica" muito bem - Carminha grita para Nina, que chorava: "Não adianta querer me emocionar, porque eu não tenho pena de ninguém - só de mim mesma!" Avenida Brasil tem uma importância cultural e política. Antigamente, nos romances, nos filmes, nos identificávamos com as vítimas; hoje, nos fascinamos com os cruéis. Não torcemos só pelos mocinhos - a verdade é que os heróis são os canalhas. Por quê? Bem. Talvez os psicopatas sejam o nosso futuro.

Com a exposição de um escândalo por dia, de vampiros, gafanhotos, laranjas e fantasmas, com a propaganda estimulando o sexo sem limites, com a ridícula liberdade para irrelevâncias, temos o indivíduo absolutamente desamparado, sem rumo ético. Isso leva a um narcisismo desabrido, que se torna um mecanismo de defesa. Diante do espetáculo da violência, diante dos cadáveres da miséria, do cinismo corrupto, somos levados a endurecer o coração, endurecer os olhos, para vencer na vida competitiva ou seremos tirados "de linha" como um carro velho. E aí surge o problema: Se não há um Mal claro, como seremos bons? O Mal é sempre o 'outro'. Nunca somos nós. Ninguém diz, de fronte alta: "Eu sou o mal!" Ou: "Muito prazer, Diabo de Oliveira..."

O Bem está virando um luxo e o Mal uma necessidade 'comercial' de sobrevivência. Viver é praticar o Mal. Quem é o Mal? O assaltante faminto ou o assaltado rico? Ou nenhum dos dois? Antigamente, era mole. O Mal era o capitalismo e o Bem o socialismo. Agora, os intelectuais, padres, bondosos profissionais, caridosos de carteirinha, cafetões da miséria, santos oportunistas, articulistas (como eu) estão todos em pânico. Ao denunciar o Mal, vivemos dele. Eu lucro sendo bom e denunciando o Mal.

Quanta violência sob a "santidade",

A loucura é histórica também. Já houve a histeria com a repressão sexual vitoriana, houve o delírio romântico e totalitário, a paranoia do entreguerras. Hoje, o psicopata veio para ficar. A novela acerta em cheio nessa doença.

É fácil reconhecer o psicopata. Ele não é nervoso ou inseguro. Parece sadio e simpático. Ele em geral tem encanto e inteligência, forjada no interesse sem afetividade ou sem culpa para atrapalhar. Ele tem uma espantosa capacidade de manipulação dos outros, pela mentira, sedução e, se precisar, chantagem. Teremos agora a CPI dos psicopatas. Vai ser um show. Questionado ou flagrado, o psicopata não se responsabiliza por suas ações, sempre se achando inocente ou "vítima" do mundo, do qual tem de se vingar. Ele, em geral, não delira. Seus atos mais cruéis são justificados como naturais. Ele não sente remorso nem vergonha do que faz (o que nos dá até certa inveja). Ele mente compulsivamente e, muitas vezes, acredita na própria mentira. Não tem "insights" nem aprende com a experiência, simplesmente porque acha que não tem nada a aprender.

Os chamados comportamentos "humanos" estão se esvaindo. O que é o "humano" hoje? O "humano" está virando apenas um lugar-comum para uma bondade politicamente correta, uma tarefa e (muitas vezes) pretexto para ONGs.

O "humano" é histórico também. Talvez não haja mais lugar para esse conceito mutante. Somos 'máquinas desejantes' que se pervertem com o tempo e a necessidade. Durante a ditadura, todos éramos o Bem. O Mal eram os milicos. Acabou a dita e as "vítimas" (dela) pilharam o Estado. O que é o Bem hoje? Como diz Baudrillard, "contra o Mal, só temos o fraco recurso dos direitos humanos".

No Brasil, o grande Mal, não tem importância. O perigo aqui é o pequeno mal, enquistado nos estamentos, nos aparelhos sutis do Estado, nos seculares dogmas jurídicos, nos crimes que são lei. O perigo são os pequenos psicopatas que, quietinhos, nos roem a vida. Aqui, o perigo é o Bem. O Mal do Brasil não é a infinita crueldade das elites sangrentas; o Mal está mais na sua cordialidade. O Mal está no mínimo.

Como nesta novela, vemos que o Brasil está se dividindo entre babacas e psicopatas. Hoje, os babacas estão tentando seguir os psicopatas, por sua eficiência e falta de escrúpulos. Em breve, seremos todos psicopatas.

Imagem: Google Imagem - Av. Brasil / Rio de Janeiro

sexta-feira, 27 de abril de 2012

“Abram-se os Histéricos!”

Imagem: Bruno Veiga
Ontem, tivemos a oportunidade de assistir a peça teatral “Abram-se os Histéricos!”, na qual nos transporta, segundo o resumo do programa da peça: que tem seu foco nas aulas públicas de Jean-Martin Charcot, no Hospital La Sal-pêtrière, no final do século XIX em Paris.


Quando a grande novidade médica, literária, e até mesmo mundana, era a histeria.

Levando ao espectador a refletir sobre esta “patologia neurológica/psiquiátrica orgânica” na qual nos vemos médicos ou não, tocados por ela no nosso cotidiano.
Somos apresentados ao encontro - da gênese do que viria ser a psicanálise - entre Charcot (1825-1893), Babinski (1857-1932) e Freud (1856-1939).

Eu fui levado aos recondidos das minhas memórias, de minha de/formação e atuação médica. Quando recordei meus primeiros encontros/aulas, conduzido pelo professor Falcão, da cátedra de psiquiatria da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), em aulas onde era promovido o encontro de um paciente “louco” e os grupos de alunos, onde se debatia, a anamnese, propedêutica, associada ao nosso tirocínio, a encontrar a terapia paradigmatica à época, sobre o caso em tela. Nestes encontros éramos fixados nesta cena, sem que não nos era apresentada a “Outra Cena”, sobre a histeria.

Agora vejo o paralax que me foi induzido sobre este tema, o qual determinou e ainda determina em muitos médicos, o comportamento frente aos pacientes “histerogenicos”.

Uma cena em minha vida:
- Enfermeira na emergência de um hospital público, plantão de sábado à noite: “Doutor chegou na sala de mulheres mas uma pitiatica”.

- Eu médico de/formado: “Realmente é piti, veja o sinal de Greta Garbo (nome artístico de Greta Lovisa Gustafson), prescrevo soro glicosado a 5% e uma ampola de agua destilada por via intramuscular profunda, logo ela irá ser acordada deste piti e fará as pazes com seu namorado”.

Quanta crueldade, pois a dor causada pela administração de agua destilada intramuscular é imensa e o soro totalmente inócuo.

Minha cena hoje é de pedir perdão a todos os histéricos, homens e mulheres, aos quais inflige tal sofrimento, pois confesso, nunca me havia sido apresentada a “Outra Cena”.

Peça teatral: “Abram-se os Histéicos” – texto do psiquiatra, psicanalista e dramaturgo Antonio Quinet e Regina Miranda, baseado no livro - Quinet, A. A lição de Charcot; Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro: 2005. Em cartaz no teatro do Centro Cultural da Justiça Federal, Rio de Janeiro, http://www.ccjf.trf2.gov.br/.
Encenado brilhantemente pela Cia. Inconsciente em Cena, http://www.ciaincoscienteemcena.com/




quarta-feira, 25 de abril de 2012

Médicos suspendem atendimento a planos de saúde em 12 Estados

Médicos de 12 Estados prometem suspender o atendimento a planos de saúde nesta quarta-feira. É a terceira mobilização no intervalo de um ano, cobrando aumento nos honorários e melhores condições de trabalho.
Atendimentos de urgência e emergência serão mantidos, mas consultas eletivas pelos planos de saúde devem ser suspensas no Acre, Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe e Santa Catarina.
Nos demais Estados haverá manifestações nas ruas contra as operadoras de saúde.

A principal reivindicação dos médicos é garantir aumentos regulares nos honorários. "Conseguimos muitos avanços nas negociações com as operadoras [desde a paralisação de abril de 2011]. Houve um aumento real, mas queremos que os aumentos sejam feitos sem precisar de conflito", diz Aloísio Tibiriçá, 2º vice-presidente do CFM (Conselho Federal de Medicina).

A comissão que reivindica melhores honorários --formada por CFM, Fenam (Federação Nacional dos Médicos) e AMB (Associação Médica Brasileira)-- tem reunião marcada na quarta, na ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).

As entidades entregarão uma pauta com 15 pontos que querem ver concretizados em uma resolução normativa da ANS.
Pedem, por exemplo, que os planos reajustem a cada ano o honorário do médico, que os planos paguem multa se atrasarem o pagamento ao médico e que haja uma justificativa formal para as glosas (atendimentos que deixam de ser pagos pelos planos aos médicos por motivos variados). De forma geral, querem regular a relação médico-operadora.

Para as associações de médicos, a ANS tem deixado a desejar na regulamentação do segmento. "A ANS deveria se preocupar com a rede de atendimento e limitar, se fosse o caso, a venda de planos de saúde. O usuário está sendo enganado, não te m uma rede de assistência", critica Márcio Bichara, secretário de saúde suplementar da Fenam. As entidades dizem que, em média, o tempo de espera por uma consulta via plano de saúde é de três semanas.

Tibiriçá, do CFM, questiona as intenções do governo frente ao mercado de planos de saúde, que está em crescimento e hoje abarca 25% da população brasileira. Ele lembra que cada novo usuário de plano significa uma pessoa a menos para ser atendida na rede pública e, consequentemente, verba pública economizada.

"Interessa ao governo que haja um crescimento dos planos? Não sei qual é o projeto do governo para a saúde", diz ele, que compara a relação desregulada dos médicos com os planos de saúde como "boias-frias".

Fonte: Folha.com
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quinta-feira, 19 de abril de 2012

Evolução do Mercado de Saúde

Acompanhando pelos balanços divulgados por algumas empresas, seguimos observando o crescimento do setor, fruto provavelmente, da expansão da massa de consumo. Desta observação destacamos, por no momento:


A Golden Cross fechou o ano de 2011 com R$ 1,63 bilhão em faturamento. Uma alta de 6,6% sobre o ano de 2010. A carteira de clientes alcançou ao final do ano 883 mil clientes. E merece destaque o crescimento no seguimento de micro e pequenas empresas, com uma alta de 33,5%. Seu plano odontológico cresceu 145%.

A empresa Prima Vida, que oferece somente planos odontológicos, fechou contrato com a Casa da Moeda, incorporando, assim, cerca de oito mil clientes. Sua meta para 2012 é alcançar mais mil vidas este ano.

Salientamos do acima exposto que o segmento de cobertura assistencial odontológica se mantêm em crescimento neste últimos 4 anos. Tal fato demandará a contratação de Auditores Odontológicos devidamente capacitados, expandindo o mercado de trabalho destes profissionais.

Fonte: Valor Econômico – 18/04/2012
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segunda-feira, 16 de abril de 2012

Questionando-se a nossa Conivência

Atualmente, as informações circulam de forma livre e célere.


Por conseqüência, é possível ter uma noção de conjunto dos valores e hábitos da humanidade.
Certas ocorrências repetem-se com tanta freqüência, nos mais diversos locais e ambientes, que chamam a atenção. E a observação do que ocorre no mundo por vezes causa estarrecimento.

Uma das coisas que impressiona é a audácia das pessoas desonestas.

Elas parecem ter uma habilidade incomum para colocar-se nas posições mais relevantes.

Na política, na educação, nos meios jurídico e empresarial, a imprensa não cessa de apontar focos de corrupção e desonestidade.

Já é bastante ruim haver tantas pessoas desleais.

Mas o que causa estupefação é como elas assumem facilmente posições de liderança.
Ninguém consegue disfarçar sua essência por muito tempo.
Quem não possui um nível ético satisfatório evidencia isso em inúmeras oportunidades.

Ninguém se corrompe de repente.

Uma pessoa genuinamente honesta não acorda um dia disposta a apoderar-se do que não lhe pertence. O ser humano revela suas mazelas morais ao longo do tempo.
Sendo assim, como é possível que seres viciosos tornem-se tão influentes?

Em todo e qualquer ambiente, há homens íntegros e inteligentes.
Por que esses não agem, para obstar a influência perniciosa?
À primeira vista, parece pouco caridoso evidenciar os vícios de um semelhante, para limitar sua ascensão. Ocorre que a caridade não possui como bandeira a ingenuidade e a conivência.

Constitui equívoco imaginar que o homem bondoso deve ser tolo e falho de percepção. A criatura íntegra e generosa procura ser um fator de progresso e bem-estar no mundo.

Mas age com critério e discernimento, não de forma piegas.

Nessa delicada questão, importa considerar o móvel da ação e quanto bem ela pode produzir.

Certamente é condenável divulgar os defeitos do próximo por malevolência, com o fito de denegri-lo. Mas também é censurável prestigiar a comodidade de um único ser, em detrimento de inúmeros outros. A corrupção que atinge um ambiente prejudica a todos os que se vinculam a ele.

O dinheiro público surrupiado por alguns faz falta na construção de hospitais e escolas.

O desfalque realizado em uma empresa talvez seja a causa de sua falência.
Trata-se da vantagem desonesta de uma pessoa causando a penúria de muitas outras.
A compaixão não justifica a inércia perante esse tipo de situação.
Nada há de louvável em assistir-se silenciosamente a atos desonestos que prejudicam o meio social.
Na verdade, a timidez e a acomodação dos homens íntegros favorecem a preponderância dos desonestos.

Grande parcela de culpa pela corrupção que grassa no mundo se deve às pessoas honestas.

Caso estas desejassem, preponderariam.

Quando o vício for combatido, sem ódio, mas firmemente, ele encontrará pouco espaço para proliferar.
É preciso ter compaixão pelo delinqüente, mas jamais compactuar com seus atos.
Assuma, pois, sua responsabilidade perante o mundo em que você vive.
Por timidez ou preguiça de desempenhar tarefas e ocupar postos, não permita que eles caiam em mãos indignas.

A título de ostentar virtude, não simule ignorância e nem seja conivente.

Pense nisso!

Meus arquivos de reflexões.
Sob a influência do pensamento do filosofo político contemporâneo Michael J. Sandel da Harvard University in Justiça: O que é fazer a coisa certa.
Editora Civilização Brasileira; 4ª Edição; Rio de Janeiro; 2011. Tradução de Heloísa Matias e Maria Alice Máximo
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quinta-feira, 29 de março de 2012

Desvio de verbas da saúde...parece que já vimos esta novela

Prefeito, atual e ex-secretário de Saúde são alvos de mandados de prisão e apreensões


A pedido da Procuradoria Regional da República na 2ª Região (PRR2) e da Polícia Federal (PF), a Justiça determinou cinco prisões e 11 buscas e apreensões contra o prefeito de São Francisco do Itabapoana (RJ), Carlos Alberto Silva de Azevedo, e outros suspeitos de desvios de recursos para a saúde pública: o secretário de saúde Cristiano Salles Rodrigues, seu antecessor, Fabiano Córdova Guimarães, além de Fabel dos Santos Silva e Juliana de Souza Meireles, sócios da Clínica Fênix, fornecedora de exames laboratoriais à Prefeitura.
Os 16 mandados foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região e estão sendo cumpridos pela PF nesta quinta-feira, 29 de março, na chamada Operação Renascer.
O inquérito foi instaurado pela Polícia Federal em Campos dos Goytacazes para apurar o superfaturamento de quase cinco vezes o total de exames pagos pelo SUS. Segundo as investigações, a Clínica Fênix declarava mais exames do que os realizados e o prefeito Carlos Alberto Azevedo e os secretários pagavam por serviços não comprovados. A apuração trata da prática dos crimes de peculato (desvio de verbas públicas por servidor), corrupção ativa e passiva e formação de quadrilha (inquérito 20120201000818-2).

"O pagamento por exames jamais feitos evidencia uma escancarada sangria de recursos públicos em proveito de um pequeno grupo, afirma a procuradora regional da República Cristina Romanó, responsável pelo inquérito junto ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região. Daí não se estranhar que o SUS tenha detectado a ausência óbvia de identificação dos exames e respectivos pacientes informados pela Clínica Fênix, posto que eles não existem.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) local sobre desvios na saúde constatou que, num mês, a Clínica Fênix apresentou uma fatura relativa a 35 mil exames (o município tem cerca de 40 mil habitantes). Já um relatório do Ministério da Saúde, que colabora na apuração da fraude, aponta um aumento vertiginoso dos exames contratados pela Prefeitura após a habilitação da Clínica Fênix junto ao SUS. Desde então, a despesa com esses exames teve um aumento injustificado de 513,7%.

Fonte: Assessoria de Comunicação Social da Procuradoria Regional da República - 2ª Região
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Amianto: milhares de britânicos serão indenizados

Milhares de trabalhadores que contraíram câncer (mesotelioma), por exposição ao amianto devem ser indenizados num montante estimado, segundo o jornal “The Guardian”, entre 600 milhões e 5 bilhões de libras. A decisão foi anunciada ontem, em uma sentença histórica do Supremo Tribunal britânico, que encerrou mais de cinco anos de disputas judiciais. Os juízes determinaram que as seguradoras deverão indenizar as vítimas ou seus parentes, levando em conta o momento da contaminação e quando foram identificados os sintomas do câncer, anos depois.

Estima-se que milhares de pessoas contaminadas ou seus herdeiros serão beneficiados pela sentença, já que os primeiros casos remontam aos anos 1940. Acredita-se que, desde então, o amianto tenha causado a morte de cinco mil pessoas por ano e que ainda surjam 2.500 novos casos ao ano. Espera-se, porém, que este número comece a cair após 2015.

Comentário do blogueiro
O Brasil é um dos maiores produtores, consumidores e exportadores de amianto do mundo, que é utilizado em quase 3.000 produtos industriais, entre eles: telhas, caixas d'água, pastilhas e lonas para freios etc. Por conta de suas propriedades e baixo custo de produção, é empregado intensivamente no Brasil, sendo, aproximadamente, mais de 90% do seu uso na indústria de cimento-amianto ou fibrocimento (telhas, caixas d'água etc.), menos de 5% em materiais de fricção (autopeças), cujo uso está em declínio - setor que investiu nos produtos de substituição por exigência do mercado internacional e das multinacionais montadoras para veículos novos e em pequeníssimas quantidades em outras atividades, sendo nas indústrias têxteis em torno de 3% e nas químicas/plásticas menos de 2%.
No Brasil, a quase totalidade do amianto comercializado é do tipo crisotila ou amianto branco, mas diversos produtos contaminados com anfibólios, proibidos por lei (Anexo 12 da NR-15 e Lei 9055/95), têm sido empregados, entre eles o talco industrial, pedra sabão e a vermiculita. Têm sido identificado nos talcos industriais brasileiros, principalmente a tremolita, antofilita e actinolita, embora estejam proibidos por lei, como já mencionado.
O Brasil está entre os cinco maiores utilizadores e fornecedores de amianto do mundo, com uma produção média de 250.000 toneladas/ano, tendência esta que vem caindo ano a ano e ultimamente por força das campanhas anti-amianto. Esta redução no mercado interno tem feito com que o excedente (65%) esteja sendo exportado para países da Ásia, principalmente, e América Latina.

No Brasil não temos uma estimativa concreta de quantos casos de mesotelioma associado à exposição ao amianto, visto que, em alguns setores da indústria o seu uso ainda permanece. Em consulta aos bancos de dados do DATASUS, os números não são – pressupondo a subnotificação – totalmente confiáveis, contudo, acreditamos que o números de brasileiros contaminados, devem ultrapassar aos números estimados na Inglaterra. Mas por aqui, não se tem um horizonte de esperança de que um dia estas vítimas tenham alguma reparação.

Fonte: Jornal The Guardian – caderno econômico em 29/03/2012
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quarta-feira, 28 de março de 2012

Viver conscientemente

Você já pensou na diferença entre viver e existir?
Embora uma análise superficial dos dicionários nos dê a impressão de que os dois termos têm significados iguais, uma busca atenciosa pode sugerir algumas diferenças. Para viver, basta ter vida. Todos os seres orgânicos vivem. Para existir é preciso um certo grau de consciência. É saber retirar da vida o que ela tem de melhor para a evolução do ser.

Um sábio da antigüidade expressou bem essa idéia sintetizando-a em uma frase célebre: "penso, logo, existo."
Existir pressupõe uma ação consciente, exige a ação do pensamento. Existir é ser, estar, permanecer. Sob esse ponto de vista, podemos nos questionar se existimos de fato ou simplesmente vivemos, passando pela vida de forma quase inconsciente. Grande parte dos seres humanos vive sem dar a devida atenção às circunstâncias à sua volta. Permitimos que a nossa existência se transforme num automatismo pernicioso e paralisante.
É como se, ao acordar pela manhã, ligássemos o "piloto automático" e nos deixássemos por ele conduzir, sem estar efetivamente desperto. A tal ponto isso é real que, ao anoitecer, poucos se lembram dos fatos ocorridos no decorrer do dia. E esse tipo de comportamento é extremamente prejudicial porque nos conduz ao final da vida física sem que tenhamos retirado dela os ensinamentos necessários. Não é outro o motivo pelo qual as massas são facilmente conduzidas, tangidas pelas idéias dos que pensam e gostam de manipular seres distraídos.
É dessa forma que somos seduzidos pelos modismos, vícios, e outros interesses mesquinhos que surgem apontando soluções fáceis, mas ilusórias. Vale a pena que demos outro sabor à nossa vida e passemos a existir conscientemente. Refletindo no que é melhor para nós mesmos e para nossos familiares, amigos e vizinhos. Não nos deixando levar por propostas infelizes que só nos farão sofrer mais tarde.
Procurando conjugar o verbo ser, ao invés de nos atermos somente no ter. Analisar as mensagens veiculadas pela mídia, a fim de que possamos retirar as boas idéias e descartar as que complicarão as nossas vidas. Assim, a opção será sempre nossa: passar pela vida como autômatos ou existir com consciência desperta. Aquele que opta por viver como outro ser orgânico qualquer, teme a morte física. Mas aquele que existe de forma consciente, passa a aduana do túmulo com lucidez e segue existindo.

Pense nisso!

Há pessoas que vivem praticamente do estômago para baixo. Comem, bebem, fazem sexo, torcem para seu time favorito, brigam por ele, dormem e, por fim, morrem. Esses são os chamados "homens fisiológicos". Só pensam em si mesmos. Encaram o trabalho como uma obrigação e não ensinam a ninguém o pouco que sabem. E há os homens psicológicos. São aqueles que, sem deixar de atender as funções fisiológicas, têm muita fome intelectual. Lêem bastante, meditam, raciocinam, iluminam a mente com idéias salutares e contribuem positivamente para um mundo melhor. Seu trabalho é eficiente e geralmente fazem o que podem para ensinar aos colegas tudo o que sabem.

São pessoas que existem de forma consciente. Têm, no dizer do Testamento, olhos de ver e ouvidos de ouvir.

Pense nisso!

Mercado Econômico da Saúde

A Amil assinou com a ABBR (Associação Brasileira Beneficiente de Reabilitação). Vai instalar no complexo da associação, no Jardim Botânico, um hospital de ponta em ortopedia. O Hospitalys é parceria da gigante da medicina de grupo, com o americano Hospital for Special Surgery (HSS), referência no mundo. O investimento é de cerca de R$ 10 milhões. A primeira fase fica pronta em maio.

Outros R$ 10 milhões de investimentos da Amil será no Hospital Samaritano, que pertence ao grupo, que abrirá uma nova emergência em Abril, após oito meses de obras. A unidade terá dez leitos, sala de trauma equipada para procedimentos de alta complexidade e área de isolamento. Se espera um aumento de atendimentos em 20%, pelas estimativas da empresa.

O número de unidades armazenadas na Cryopraxis, banco de sangue de cordão umbilical, cresceu 50% em fevereiro sobre o mesmo mês do ano passado. A empresa tem 25 mil clientes e desenvolve também estudos com células-tronco.

Fonte: Jornal O Globo – Caderno Economia – página 26
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domingo, 11 de março de 2012

Existe cultura além da Auditoria - recomento a leitura

Oi Pessoal
Para sairmos um pouco das questões técnicas da auditoria e nos atualizarmos com questionamentos da filosofia contemporânea, recomendo a leitura "Justica" por Michael J. Sandel. O que era apenas questionamentos seus, virou disciplina muito procurada pelos alunos da Havard (USA).

Segue um pequeno resumo feito sobre o mesmo:

Quais São Nossos Deveres para com os outros como pessoas de uma sociedade livre? O governo deve taxar o rico para ajudar o pobre? O livre mercado é justo? Pode ser errado, às vezes, falar a verdade? Matar pode ser moralmente necessário? É possível, ou desejável, legislar sobre a moral? Os direitos individuais e o bem comum conflitam entre si? O curso “Justiça” de Michael J.Sandel é um dos mais populares e influentes na Universidade de Harvard. Quase mil alunos aglomeram-se no anfiteatro do campus para ouvir Sandel relacionar as grandes questões da filosofia política aos mais prosaicos assuntos do dia e, neste outono, a rede pública de televisão transmitirá uma série baseada em suas aulas. Justiça oferece aos leitores a mesma jornada empolgante que atrai os alunos de Harvard. Este livro é uma exploração investigativa e lírica do significado de justiça que convida os leitores de todas as doutrinas políticas a considerar as controvérsias familiares de maneira nova e iluminada. Ação afirmativa, casamento entre pessoas do mesmo sexo, suicídio assistido, aborto, serviço militar, patriotismo e protesto, os limites morais dos mercados — Sandel dramatiza o desafio de meditar sobre esses conflitos e mostra como uma abordagem mais firme da filosofia pode nos ajudar a entender a política, a moralidade e também nossas convicções. Justiça tem vida, provoca o raciocínio e é sábio — uma nova e essencial contribuição para a pequena prateleira dos livros que abordam, de forma convincente, as questões mais difíceis da nossa vida cívica.

Foto: Google Imagem

sábado, 10 de março de 2012

Cancurso Público para Auditores em Angra dos Reis-RJ


Oi pessoal,

É com grande satisfação que estamos divulgando a abertura de inscrições para o concurso público da Fundação de Saúde de Angra dos Reis/RJ. Com 2 vagas para Auditor Médico e 2 vagas para Auditor Enfermeiro, com carga horária 20 h semanais. Segundo fontes seguras, o salário está para mudar a referência com aumento de 40 % ao publicado no edital (R$ 6.879,46), além de gratificação de função (para quem tem pós-graduação na área) prevista para 80%. Os atuais médicos e odontólogos auditores já recebem esta gratificação. Na retificação do edital, o candidato tem que ter Especialização em Auditoria em Sistemas de Saúde. Nossa motivação em divulgar este concurso é ver o reconhecimento de anos de labuta, e sermos reconhecidos pelo mercado de trabalho.

Site do concurso:
http://concursosnobrasil.com.br/concursos/rj/fusar-angra-dos-reis-rj.html

Fonte: FUSAR
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Governo quer aumentar punição para quem negar atendimento emergencial

A presidente Dilma Rousseff enviou à Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 3.331/12, que acresce o art. 135-A ao Código Penal para "tipificar o crime de condicionar atendimento médico-hospitalar emergencial a qualquer garantia". Se aprovado, instituições e profissionais que exigirem cheque-caução, nota promissória ou qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio de formulários administrativos, como condição para o atendimento médico-hospitalar emergencial, poderão ser detidos ou multados.

Atualmente, esse tipo de prática pode ser enquadrada como omissão de socorro ou negligência, mas não há referência expressa quanto ao não atendimento urgente de saúde.

A pena sugerida para o novo crime é detenção de três meses a um ano e multa, podendo ser aplicada em dobro quando a prática resultar lesão corporal grave, e até o triplo se resulta a morte. Hoje, a punição prevista para omissão de socorro é de detenção de um a seis meses ou multa, aumentada de metade, se resulta lesão corporal grave, e triplicada, se resulta a morte.

O Projeto de Lei - elaborado pela Secretaria de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça em conjunto com o Ministério da Saúde - também prevê a obrigatoriedade de os estabelecimentos afixarem, em local visível, cartaz ou equivalente com as informações da possível lei.


Fonte: Agencia Senado
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BBBSUS – A hora do paredão na saúde

O Ministério da Saúde irá implantar em doze hospitais brasileiros, câmeras, em tempo real, que serão monitorados pela Casa Civil. A novidade foi anunciada em pronunciamento pela “Bial do Planalto”. Perdoem-me mas só tratando com certa dose de sarcasmo poderíamos comentar tal notícia, pois é histórico que os desvios, realmente volumosos, não ocorrem na ponta, na farmácia de um hospital. Os verdadeiros rombos na saúde ocorrem nos gabinetes dos gestores do sistema, na barganha de liberação de emendas parlamentas e pagamento de convênios com ONG’s. No entanto, em ano eleitoral proliferam estes factóides em todos os níveis de gestão.

Mas neste “paredão” o dia da votação já está marcado – em outubro – onde você poderá votar.

Se quiser tirar o prefeito disque para 0800 171 001.

Se quiser tirar o vereador disque para 0800 171 002.

Enquanto isto pode dar “aquela espiadinha”.

Fonte: Jornal O Globo - 10/03/2012
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quinta-feira, 8 de março de 2012

Médico que presta serviço a hospital conveniado ao SUS é equiparado a funcionário público, para fins penais.

2ª Turma nega habeas corpus a médico que cobrou por consulta em hospital conveniado ao SUS

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) negou, por unanimidade de votos, Habeas Corpus (HC 97710) ao médico M.L.. P., de Santa Catarina, que foi condenado pela prática do crime de concussão (exigência de vantagem indevida por ocupante de cargo, emprego ou função pública) depois de cobrar R$ 100,00 de um paciente, a título de consulta, num hospital conveniado ao Sistema Único de Saúde (SUS).
O médico foi condenado a dois anos e um mês de reclusão, mas a pena restritiva de liberdade foi substituída por duas penas restritivas de direitos. No habeas corpus ao STF, a defesa do médico alegou ofensa ao princípio da legalidade e ao princípio do tempus regit actus . Isso porque tanto a sentença condenatória quanto o acórdão de apelação equipararam o médico a funcionário público, aplicando ao caso o disposto no artigo 327 do Código Penal (CP).
O artigo 327 do CP inserido no capítulo que trata dos crimes praticados por funcionário público , considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. A Lei nº 9.983/2000 inseriu um parágrafo neste artigo esclarecendo que se equipara a funcionário público quem trabalha em entidade paraestatal e em empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução típica da Administração Pública.
O relator do HC, ministro Eros Grau, rejeitou o argumento da defesa do médico de que a aplicação do preceito legal (parágrafo 1º do artigo 327) conduziria à absolvição do médico em razão da falta de comprovação de que havia contrato ou convênio firmado entre o município e o hospital. Eros Grau considerou nítida a condição de funcionário público do médico.

A Lei nº 9.983/2000, que introduziu esse parágrafo ao artigo 327 do CP, contemplou novas situações de equiparação do particular ao funcionário para fins penais. Assim passou-se a considerar funcionário público também o médico que trabalha num hospital prestador de serviços ao SUS. O médico preencheu o laudo para emissão de autorização de internação hospitalar, o que torna inequívoca a constatação de que ele prestava serviços ao SUS. Diante da nítida qualidade de funcionário público, denego a ordem, concluiu o ministro Eros Grau, sendo seguido pelos demais ministros que compõem a Turma.

NOTAS DA REDAÇAO

A saúde é direito público, como afirmação dos direitos sociais, constitucionalmente assegurados. O direito à saúde, em verdade, é desdobramento do direito fundamental à vida e, por consequência, pressuposto da prevalência da dignidade da pessoa humana, em conformidade ao entendimento de acordo com o qual, a pessoa humana tem direito não apenas a viver, mas a viver dignamente. De acordo com orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde é o completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doenças ou outros agravos. Neste sentido, a obrigação que recai sobre o Estado é negativa, ou seja, ele deve garantir a não produção de riscos, ofertando uma vida saudável ao seu povo. Neste sentido, dispõe a Lei Maior:

CAPÍTULO II

DOS DIREITOS SOCIAIS
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde , o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.

O tema é especificado pela mesma CF/88 ao tratar da Ordem Social, estipulando no artigo 196 que:

Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Adotando o conceito recomendado pela OMS nossa Carta Política pretendeu promover a saúde no âmbito da coletividade, definindo dois parâmetros: na primeira parte do artigo supra transcrito (...que visem à redução do risco de doença e de outros agravos...) consagrou a prevenção , na segunda parte a recuperação (...acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação...).

Surge dessa forma, o direito sanitário, ramo do direito público que disciplina as ações e serviços privados de interesse à saúde. Diz-se serviços privados porque houve abertura para a iniciativa privada e a permissão é constitucional, como se denota da redação do artigo 197, in verbis :

Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.

Entretanto, a prestação feita por terceiros deveria ser subsidiária, pois a mesma Constituição dispõe sobre a sua própria política pública de direito à saúde, instituindo o SUS Sistema Único de Saúde, no art. 198 ao dispor que as ações e serviços públicos de saúde integram uma rede organizada, regionalizada e hierarquizada, constituindo um sistema único . De acordo com a Lei 8.080/90, que dispõe sobre as condições para promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes:

Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde (SUS).

1º Estão incluídas no disposto neste artigo as instituições públicas federais, estaduais e municipais de controle de qualidade, pesquisa e produção de insumos, medicamentos, inclusive de sangue e hemoderivados, e de equipamentos para saúde.

2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde (SUS), em caráter complementar.

A previsão constitucional e sua regulamentação infraconstitucional sobre a matéria revelam a sua importância para o Estado. Neste sentido, o STF negou ordem ao HC impetrado por determinado médico que, fazendo atendimento em hospital conveniado ao SUS, cobrou de um paciente o valor de R$ 100,00 pela consulta.
De acordo com o Supremo, a conduta é enquadrada no tipo penal descritivo de concussão (Artigo 316, CP: Exigir para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida ), isso porque o médico, nessas condições, equiparava-se a funcionário público, uma vez que exercia, no momento da consulta, função que se enquadra da política pública de saúde, tendo, inclusive, preenchido laudo para emissão de autorização de internação hospitalar, o que tornou inequívoca a constatação de que ele prestava serviços ao SUS.

Autor: Áurea Maria Ferraz de Sousa
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terça-feira, 6 de março de 2012

Sorteio cultural comemorativo!!

Em comemoração aos tres anos de existência do Blog Auditoria de Sistemas de Saúde, periodo no qual foi acessado por mais de 55 mil visitantes de vários países; tentamos levar aos nossos seguidores e leitores, informações relevantes sobre o universo da Auditoria de Sistemas de Saúde, atividade multidisciplinar que nos exige a constante atualização em vários temas técnicos, economicos e culturais dos Sistemas de Saúde no Brasil.


Cumprindo nossa missão de "mascate da auditoria", realizaremos o primeiro Sorteio Cultural. O livro escolhido nesta primeira edição do sorteio, que a partir de agora se tornará trimestral, tem o título: Repensando a Saúde - Estratégias para melhorar a qualidade e reduzir os custos.

Regras para participar do sorteio:

1 - Residir no Brasil

2 - Ser seguidor do Blog Auditoria de Sistemas de Saúde (obrigatória)
http://auditoriadesistemasdesaude.blogspot.com/

3- Ou ser amigo no Facebook/Orkut do perfil Auditoria Estácio e/ou Aroldo Moraes Junior

Data do sorteio: 04/05/2012

Sobre o livro sorteado:

Um dos grandes especialistas mundiais em estratégia, Michael Porter, titular da cátedra Bishop Willian Lawrence, na Harvard Business School; debruça-se sobre um tema atual e de grande importância para indivíduos, profissionais, serviços e instituições da saúde; as crescentes dificuldades dos sistemas de saúde e dos próprios pacientes em todo o mundo.

Nesta obra que está alcançando grande repercussão mundial, Porter e sua colega, Elizabeth Teisberg, professora associada na Darden Graduate School of Business da University of Virginia; propõem uma mudança de rumos no modelo vigente.
Editora Bookman ano 2007.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Meninos, eu vi... Por Arnaldo Jabor

Acabou o Carnaval e tenho de recomeçar a pensar sobre o País. Dizer o quê? O Brasil está difícil de entender nesta mistura de atraso e modernização que o mundo demanda. Nada do que já vi se compara à indefinição angustiante de hoje. Nossas crises eram mais nítidas e nos chocavam pela obviedade. Já vi tantas mudanças políticas... Eu vi as empregadas gritando, a cozinheira chorando, o rádio dando a noticia: "Getúlio deu um tiro no peito!". Anos depois, ouvi, no estribo de um bonde: "O Jânio renunciou!" Como? Tomou um porre e foi embora depois de proibir o biquíni e brigas de galo. Ali no bonde, entendi que os "bons tempos" da utopia de JK tinham acabado, que alguma coisa suja estava a caminho. Depois, meninos, eu vi o fogo queimar a UNE, onde chegaria o sonhado "socialismo tropical", em abril de 64, quando fugi pela janela dos fundos, enquanto o general Mourão Filho tomava a cidade, dizendo: "Não sei nada. Sou apenas uma vaca fardada!" Eu vi, como num pesadelo, a população festejando a vitória da ditadura, com velas na janela e rosários na mão , vi a capa de O Cruzeiro com o Castelo Branco, o novo presidente da República de boné verde, feio como um ET.


Senti que surgia um outro Brasil desconhecido e parecia que estava vendo pela primeira vez as pedras da rua, os anúncios, os ônibus, os pneus dos carros, como um trem fantasma andando pra trás. Eu, que só vivera até então de palavras utópicas, era humilhado pela invasão do mundo real. Depois, vi a tristeza dos dias militares, Brasil ame-o ou deixe-o, a Transamazônica arrombando a floresta, vi o rosto embotado de Costa e Silva, a gargalhada da primeira perua Yolanda, mandando o marido fechar o Congresso, vi na TV, numa noite imunda e ventosa de dezembro, o decreto do AI-5, o fim de todas as liberdades, a gente enlouquecendo e fugindo pela rua em câmera lenta, criminosos na própria terra, depois, vi a cara do Médici, frio como um vampiro, com sua mulher do lado, magra, infeliz, torcendo pela Copa do mundo de 70, Pelé, Tostão, Rivelino e porrada, tortura, sangue dos amigos guerrilheiros heroicos e loucos, sentindo por eles respeito e desprezo, pela coragem e pela burrice de querer vencer o Exército com estilingues, não vi, mas muitos viram, meu amigo Stuart Angel morrendo com a boca no cano de descarga de um jipe, dentro de um quartel, enquanto, em São Paulo, Herzog era pendurado numa corda e os publicitários enchiam o rabo de dinheiro com as migalhas do "milagre" brasileiro", enquanto as cachoeiras de Sete Quedas desapareciam de repente.

Depois, eu vi os órgãos genitais do general Figueiredo, sobressaindo de sua sunguinha preta, ele fazendo ginástica, seminu para a nação contemplar,, era nauseante ver o presidente pulando a cavalo, truculento, devolvendo o país falido aos paisanos, para nós pagarmos a conta da dívida externa, vi as grandes marchas pelas "diretas" que não rolaram e, estarrecido, vi um micróbio chegando para mudar nossa história, um micróbio, vírus, sei lá, andando pela rua, de galochas e chapéu, entrando na barriga do Tancredo Neves na hora da posse e matando o homem diante de nosso desespero, e vi então a democracia restaurada pelo bigodão do Sarney, o homem da ditadura, de jaquetão, posando de oligarca esclarecido, vi o fracasso do Plano Cruzado, depois eu vi a volta de todos os vícios nacionais, o clientelismo, a corrupção, o país ingovernável, a inflação chegando a 80 por cento ao mês, com as maquininhas do supermercado fazendo "tlec tlec tlec" como matracas fúnebres de nossa tragédia, eu vi tanta coisa...

Vi o massacre de miseráveis pela fome, ou melhor, eu não vi os milhões de mortos pela correção monetária ? não vi porque eles morriam silenciosamente, longe da burguesia e da mídia, mas vi os bancos ganhando bilhões no "over" e no "spread", vi os dólares no colchão, a sensação de perda diária de valor da vida, vi a decepção com a democracia, pois tudo tinha piorado. Vi de repente o Collor vindo de longe, fazendo um cooper em direção a nosso destino, bonito, jovem, fascinando os otários da nação, que entraram numa onda política de veados esperançosos: "Ele é macho, bonito e vai nos salvar!" e vi logo depois o Collor confiscar a grana do país todo, vi a sinistra careca de PC juntando o bilhão do butim, vi Zelia dançando o bolero Besame mucho com Bernardo Cabral na cara do país quebrado, vi depois a guerra dos irmãos Collor, Fernando contra Pedro culminando com a campanha pelo impeachment, vi tanta coisa, meninos, e depois eu vi, por mero acaso, por uma súbita cisma de Itamar Franco, vi o FHC chegar ao poder, com a única tentativa de racionalidade política de nossa história nesse antro de fisiológicos e ignorantes e vi a maior campanha de oposição de nossa época, implacável, sabotadora, movida pela inveja repulsiva da Academia contra ele e vi a traição de seus aliados, unidos contra as reformas, agarrados na corrupção ou na doença infantil de suas ideologias mortas, depois, eu vi a tomada do poder pelo PT e tive a esperança de que haveria uma continuação das portas abertas pelo Plano Real e pelas medidas modernizantes do governo de FHC e tive a maior decepção de minha vida, ao ver que jogaram o país numa rota regressista, criando um novo patrimonialismo de Estado: a aliança entre velha esquerda e velha direita, senhores feudais e pelegos, vi depois o governo se transformar num showmício permanente para o bem do Lula, na obsessão de desqualificar os avanços do mundo moderno.

Depois, recentemente, vejo a sucessora Dilma tentando governar, mais lúcida e mais honesta que seus aliados, ocupada o tempo todo em desfazer as armadilhas que seu chefe deixou. Os tempos anteriores eram mais nítidos até em sua sordidez. É difícil analisar nosso momento. É duro para um comentarista político. A economia vai bem, por sorte apenas. Dilma é legal, séria. Mas é muito grande a ambivalência entre Estado e sociedade, entre pelegos e democratas, entre boas intenções e dependência de alianças sujas. E vejo que não sei o que vejo.

Fonte: “O Globo” – Segundo Caderno, pag. 10 em 28/02/2012
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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Diante da crise econômica, Inglaterra tenta diminuir o números de consultas médicas.

Os noticiários vindos do velho continente abalado pela crise econômica iniciada em 2008. Hoje foi amplamente noticiado, nos jornais e canais de TV britânicos, que a Inglaterra tentará a redução dos custos na saúde pública, diminuindo o número de consultas médicas.

A estratégia adotada pelos gestores públicos será a breve disponibilização grátis de uma série de aplicativos em informática, a serem “baixados” pelos usuários. Tais aplicativos, segundo pesquisa realizada (não se menciona a fonte de pesquisa nem tampouco a metodologia da mesma), demonstrariam que quem dispõe destes aplicativos em PC, Tablet, e celulares, tem uma menor “necessidade” de voltar ao médico, pois estará apto a checar a medicação prescrita, o resultado de exames solicitados e outros. Informa ainda a mídia que certos aplicativos são capazes de proporcionar ao paciente, quando este vai ao mercado, fazer suas compras, com o nome do produto e sua composição ser avisado pelo aplicativo se há alguma incompatibilidade ou efeito sobre a medicação ao ingerir tal produto. Caso seja necessário falar (consultar) o médico o mesmo disporá de um aplicativo, que será obrigatório o seu uso por todos os médicos da rede pública, em sala de chat ou mesmo em bate papo online (com recurso de vídeo e voz); tirar as dúvidas dos pacientes.
Trago o presente tema para debatermos o uso destes aplicativos em substituição ao velho exame médico e revisão de consultas. Se a moda pega, em recente pesquisa no Brasil o número de celulares já é o dobro do número da população brasileira e com os incentivos ao consumo (para aquecer a economia), o número de venda de computadores e outros aparelhos de alta tecnologia, vem aumentando geometricamente, entre nós (de acordo as últimas pesquisas do IBGE).

Será que no futuro, aqui, assistiremos tal quadro degradante para os médicos e prejuízo para a nossa população?

Fonte: Financial Time, The Sun e BBC News em 23/02/2012
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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Divulgação do IDH em hospital público poderá ser obrigatória.

A Câmara analisa o Projeto de Lei 3064/11, do deputado Romero Rodrigues (PSDB-PB), que torna obrigatória a divulgação do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) em estabelecimentos públicos de saúde. Pela proposta, o painel com o IDH do país, do estado e de todos seus municípios deverá ser fixado na entrada principal dos estabelecimentos.
A elaboração e distribuição dos painéis são de responsabilidade do gestor municipal do Sistema Único de Saúde. O responsável pelo estabelecimento de saúde que deixar de fixar o painel estará sujeito a pagar multa, que será cobrada em dobro em caso de reincidência.
O IDH é calculado a partir da combinação de dados de expectativa de vida ao nascer, educação e Produto Interno Bruto (PIB) per capita da localidade.

O autor argumenta que a medida tem como objetivo esclarecer a população. “Essas informações permitirão o acompanhamento da evolução do desenvolvimento humano do município, bem como fomentarão o debate local a respeito das ações para melhorar o índice”, afirma.
Tramitação - A proposta, que tramita em caráter conclusivo, será analisada pelas comissões de Seguridade Social e Família; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Fonte: Agência Câmara
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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Empresa que importava lixo hospitalar pagará multa de R$ 1 milhão.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) condenou a empresa N.A Intimidade Ltda. a pagar multa de R$ 1 milhão. A penalidade se deve ao fato da referida empresa ser responsável pela importação de dois contêineres com lixo hospitalar dos Estados Unidos para o Brasil.
A penalidade foi publicada no Diário Oficial da União da última segunda-feira (13/1).

Histórico
Em outubro de 2010, a ANVISA identificou irregularidades em dois containeres importados pela empresa N.A Intimidade Ltda para o porto de Suape (PE). Após constatação por fiscais da Agência de que o valor declarado pelo importador não era compatível com o volume e o tipo de carga, o material foi encaminhado para inspeção física.
Na inspeção, verificou-se que, para fraudar a Alfândega Nacional, a empresa declarava às autoridades brasileiras que importava tecido de algodão com defeito, quando, na realidade, trazia para o território nacional lençóis sujos com manchas características de sangue e dejetos biológicos com logomarca de vários hospitais norte-americanos. Comprovada a fraude, os dois containeres, com aproximadamente 46 toneladas de lixo hospitalar, foram interditados.
Descobriu-se que o destino final do material era a comercialização, em lojas de roupa de cama e mesa, em pequenas lojas, principalmente em cidades de pequeno porte do Nordeste, após processo quimico de retirada das logomarcas e lavagem do material.
Em 21 de janeiro deste ano, o material retornou para o país de origem. Os custos para mandar o lixo hospitalar de volta para os Estados Unidos foram pagos pela empresa N.A Intimidade Ltda.

Fonte: Imprensa/ANVISA
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Anvisa aprova novo regulamento para rede de laboratórios do país.

Os diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovaram, nesta terça-feira (14/2), o regulamento que dispõe sobre o funcionamento da Rede Brasileira de Laboratórios Analíticos em Saúde (Reblas).
Com a resolução, que deve ser publicada no Diário Oficial da União nos próximos dias, a Agência restabelece as atividades da Rede, que é formada por laboratórios públicos e privados habilitados pela Anvisa e acreditados pelo Inmetro. Instituída em 1999, a Reblas teve suas atividades suspensas em 2009 para reformulação e revisão dos atos normativos.

“A Rede tem por finalidade oferecer análises com qualidade, confiabilidade e rastreabilidade”, explica a diretora da Anvisa, Maria Cecília Brito. Segundo ela, a diretoria da instituição está empenhada em captar recursos e promover capacitação para aprimorar os serviços prestados por estes estabelecimentos.
Com o novo regulamento, os laboratórios que quiserem fazer parte da Rede terão que cumprir dois requisitos: possuir Alvará ou Licença Sanitária expedida pela vigilância sanitária local e a acreditação emitida pelo Inmetro para os ensaios que solicitam a habilitação na Reblas.
Os laboratórios que já eram habilitados poderão manter-se na Rede apenas com o encaminhamento à Anvisa da acreditação e da licença sanitária, no prazo de 120 dias contados a partir da publicação da resolução. A Rede será coordenada pela Gerência Geral de Laboratórios de Saúde Pública da Anvisa (GGLAS).
Ensaios

Também foi aprovada uma resolução com os requisitos técnicos e organizacionais para o funcionamento de laboratórios públicos e privados que realizam ensaios em produtos e serviços sujeitos à vigilância sanitária. Esses laboratórios são responsáveis por realizar verificações de qualidade de produtos, validação de metodologias e padrões, entre outros.
A resolução preenche uma lacuna regulatória, oferecendo diretrizes para nortear a inspeção de laboratórios analíticos por estados e municípios, assim como a emissão de Alvará ou Licença Sanitária. A norma define, por exemplo, como deverá ser a política de qualidade, infra-estrutura, condições ambientais, recursos humanos, procedimentos e documentação para os laboratórios, além de indicar a necessidade de auditoria interna, medidas corretivas e preventivas, visando a obtenção de resultados seguros e rastreáveis.

Fonte: Agência Nacional de Vigilância Sanitária em 16/02/2012.
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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Governo anuncia corte de R$ 55 bi no Orçamento; Saúde é pasta mais atingida

A área econômica do governo, anunciou ontem o corte de R$ 55 Bilhões no orçamento do ano de 2012, incluindo neste cálculo R$ 20 bilhões em despesas obrigatórias, que na pratica não poderiam acontecer em desacordo com a constituição. Mas isto é coisa corriqueira, pois desde o Governo FHC, quando foi instituída e aprovada pelo congresso a DRU (Desvinculação das Receitas da União), ratificada pelos parlamentares no apagar do governo Lula, o governo pode ceifar 20% deste montante, que para o ano de 2012 somaram os R$ 20 bilhões citados acima. Áreas prioritárias como Saúde e Educação não escaparam, sendo o corte total nestas duas áreas de R$ 7,4 bilhões. A Saúde foi a mais atingida com uma incisão de cerca de R$ 5,47 bilhões.

- Este corte na Saúde é estratégico. A ordem foi tirar as verbas adicionais para evitar que o piso nacional do setor crescesse, com impacto no orçamento para 2013. Pela Emenda 29, o é calculado com base no gasto do ano anterior somando-se a variação do PIB, este ultimo estimado para 2012 entre 4 a 5%. Esta foi a principal briga na votação da regulamentação da Emenda 29 (onze anos após seu nascimento).

- O governo é contraditório: diz a população que é voltada à área social, mas o corte mais expressivo é na Saúde. Foram poupadas áreas estratégicas eleitorais, tais como: PAC R$ 42,557 bilhões, Minha Casa Minha Vida R$ 11 bilhões, Brasil Sem Miséria R$ 27,136 bilhões.

Em minha opinião. A lei 8080/90, em seu Art. 3º , introduz em nossa Legislação, pela primeira vez o conceito de saúde preconizado pela Organização Mundial de Saúde, onde saúde não é apenas a ausência de doença. “A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais (grifo nosso); os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do País.” Esta e outras leis são rasgadas diariamente sem nenhuma ação dos demais poderes e órgão fiscalizadores das ações do Executivo.
Mas prevalecerá, ou melhor, vemos a manutenção do plano de orquestrado, para que a atual elite política traçou para se manter no poder no mínimo por 18 anos, obtendo o poder econômico.

E como diria em seu bordão o personagem de Chico Anísio, Justo Veríssimo: “Eu quero que o pobre se exploda!”.

Texto baseado em reportagem de O Globo, 16/02/2012, pelas Jornalistas Martha Beck e Cristiane Jungblut.
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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

SUS terá que distribuir remédio que trata AVC

Liminar da Justiça Federal em São Paulo determinou que o Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o país passe a distribuir gratuitamente, em 30 dias, o remédio para o tratamento do acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico. O SUS tem prazo de 30 dias para iniciar o fornecimento gratuito, em toda a rede pública de saúde, do medicamento trombolítico Alteplase, a única droga aprovada no Brasil para o tratamento do acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico. A decisão, assinada pela juíza federal Tânia Regina Marangoni, tem abrangência nacional, e foi concedida com base na "exaustiva comprovação de que o medicamento pode beneficiar o tratamento do AVC, salvando milhares de vidas". A ação civil pública com pedido de liminar foi protocolada na Justiça Federal em agosto do ano passado pelo Procurador Regional dos Direitos do Cidadão, Jefferson Aparecido Dias.
Fonte: JuzBrasil em 15/02/2012
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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Relatório de Auditoria: a realidade do Brasil hoje.

Caros Amigos.

O Tribunal de Contas da União apreciou, em 25/10/2011, relatório de auditoria operacional realizada no Ministério da Saúde, na Secretaria de Atenção à Saúde e no Instituto Nacional do Câncer com o objetivo de avaliar a Política Nacional de Atenção Oncológica, proferindo o Acórdão 2.843/2011.
Considerando que os assuntos tratados estão diretamente relacionados às atividades desenvolvidas por essa entidade, estou repassando o link que possibilita o acesso ao conteúdo completo do relatório de auditoria realizada por nossos ex-alunos em apoio ao TCU.

- Link para o relatório de auditoria: http://portal2.tcu.gov.br/portal/page/portal/TCU/comunidades/programas_governo/areas_atuacao/saude/Rel_Oncologia.pdf

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Lavagem de roupa em hospital ganha novas regras !!!

As unidades de processamento de roupas de serviços de saúde contam agora com novas regras para garantir a limpeza e segurança sanitária das roupas utilizadas nos serviços de saúde. Conhecidas como lavanderias hospitalares, estes locais são responsáveis pela coleta, transporte, separação, lavagem e devolução das roupas para reutilização no serviço.

A resolução RDC 06/2012, publicada nesta terça-feira (31/1) no Diário Oficial da União, deve ser cumprida por todas as unidades que realizam processamento de roupas, tanto pelas que funcionam no próprio serviço de saúde, como pelas unidades terceirizadas, localizadas dentro ou fora do serviço de saúde. De acordo com a norma, o processamento de roupas pode ser realizado no serviço de saúde ou fora dele. Porém, as unidades terceirizadas deverão ter licença sanitária emitida pela vigilância sanitária local.

Outro ponto determinado pela norma é a utilização de máquinas lavadoras com barreiras. Trata-se de uma máquina de lavar que possui duas portas distintas, uma para a colocação da roupa suja e outra para retirada da roupa limpa. Nos serviços de processamento, as áreas de roupa suja e limpa devem ser separadas fisicamente.

A resolução determina o cumprimento de boas práticas que devem ser adotadas pelas unidades de processamento de roupas provenientes dos serviços de saúde, de forma a garantir a segurança sanitária em todas as etapas do processo. A norma trata, ainda, de aspectos importantes para o controle do risco sanitário, tais como fluxos do processo, rotinas e protocolos documentados, transporte de roupas sujas e limpas, entre outros.

Outro ponto importante diz respeito à capacitação dos profissionais, que deve ser proporcionada por estas unidades, com enfoque nas questões de biossegurança, garantindo a proteção do trabalhador e a segurança do processo de limpeza das roupas.

O processamento de roupas envolve diversas atividades que podem trazer riscos à saúde do trabalhador, do usuário e do meio ambiente. Desde 2009, a Anvisa vem discutindo o tema, quando realizou uma Consulta Pública e lançou o Manual de Processamento de Roupas de Serviços de Saúde: Prevenção e Controle de Riscos. Em 2011, foi realizada uma reunião com representantes das vigilâncias sanitárias dos estados para uma harmonização da norma.

Os estabelecimentos terão 180 dias para se adequar à norma. O processamento de roupas é obrigatório para que qualquer tecido utilizado no ambiente hospitalar possa ser reutilizado com segurança.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Novas Turmas no Rio de Pós em Auditoria de Sistemas de Saúde - Universidade Estácio de Sá

Oi Pessoal
Além dos descontos oferecidos abaixo a Estácio estabeleceu a campanha AMIGO INDICA ESTÁCIO. http://www.amigoindicaestacio.com.br/regulamento.aspx
Agora até mesmo aluno da graduação que indica um aluno para a pós-graduação terá desconto nas mensalidades na graduação.
Assim como os alunos da pós-graduação que indicam alunos para a pós-graduação também terão descontos.
Repasse este para seus amigos(as) que estejam interessados e garanta mais descontos no seu curso.
Att.
Prof. Aroldo

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Joaquim Barbosa - Mentira tem perna curta

O ministro Joaquim Barbosa é bem conhecido dos brasileiros. Elevado ao grau de celebridade ao humilhar publicamente o então presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, em uma das mais polêmicas audiências do tribunal. Sem papas na língua, Joaquim Barbosa disse a Mendes o que muitos brasileiros queriam dizer a respeito da arrogância e da magnânima atuação de Gilmar Mendes (sempre para o lado dos poderosos) envolvendo casos de corrupção.

Agora, o ministro volta às manchetes jogando mais uma vez no ventilador ao desmascarar o descarado complô que é ensaiado pelos ministros do STF (a maioria indicada pelo PT) para causar a prescrição dos crimes do Mensalão; transformando em uma enorme pizza mal cheirosa o processo que poderia ser um marco na moralização da política nacional e destruiria boa parte da cúpula petista, ao colocá-la atrás das grades.

Tudo começou com uma entrevista "em banho-maria" do Ricardo Lewandowski, revisor do caso. Nessa entrevista, Lewandowski deixou escapar que o processo caminhava para a prescrição porque não haveria tempo hábil para julgá-lo. Afinal de contas, o ministro Joaquim Barbosa havia tido uma série de problemas de saúde e atrasara a entrega do seu relatório sobre o caso.

Com a celeuma levantada pela imprensa, o presidente do STF – ministro Cezar Peluso – quis fazer "uma média" com a opinião pública e dar um ar de legitimidade ao complô que se anunciava. Mandou redigir um ofício instando Joaquim Barbosa a acelerar o processo e enviar os autos para análise dos seus colegas o mais rápido possível.

Malandro... Cem anos de Lapa... E frequentador do Bar Luiz... O ministro Joaquim Barbosa sentiu que era preparado um cenário para culpá-lo pela prescrição do processo e tornar palatável para a opinião pública o desastre da impunidade dos canalhas mensaleiros. Como homem que honra seu posto e de coragem de sobra, Joaquim Barbosa pegou a "perna de anão" que lhe entregaram – embrulhada para presente – jogou-a para o alto e acertou em cheio o ventilador só STF.

Com uma declaração bombástica, desmascarou todo o esquema armado para levar o processo à prescrição e inocentar a corja que se apoderou do país. Disse: "Os autos, há mais de quatro anos, estão integralmente digitalizados e disponíveis eletronicamente na base de dados do Supremo Tribunal Federal, cuja senha de acesso é fornecida diretamente pelo secretário de Tecnologia da Informação, autoridade subordinada ao presidente da Corte, mediante simples requerimento".

Ou seja, mostrou com todas as palavras que os ministros ignoraram o processo até agora simplesmente por preguiça ou por pura vontade de deixá-lo prescrever, garantindo a absolvição do pessoal. Joaquim Barbosa ainda critica "na lata" a falácia de que está "atrasado" com o processo: "Com efeito, cuidava-se inicialmente de 40 acusados de alta qualificação sob os prismas social/econômico/político, defendidos pelos mais importantes criminalistas do país, alguns deles ostentando em seus currículos a condição de ex-ocupantes de cargos de altíssimo relevo na estrutura do Estado brasileiro, e com amplo acesso à alta direção dos meios de comunicação". Continua: "Estamos diante de uma ação de natureza penal de dimensões inéditas na História desta Corte".

Não satisfeito em desmascarar o claro acerto que há para que o processo prescreva Barbosa ainda mostrou que "atrasados são os outros". O processo do Mensalão tem 40 acusados, defendidos pelos mais caros advogados do país, todos ocupantes de cargos de grande poder no Estado Brasileiro. O processo tem mais de 49 mil páginas; 233 volumes e 495 apensos. Os réus indicaram mais de 650 testemunhas de todo Brasil e até de outros países. Mesmo diante de todo esse trabalho, o ministro Joaquim Barbosa manteve o trâmite normal de trabalho no STF e ainda julgou inúmeras causas nesse período. Enquanto isso, seus colegas, com ações envolvendo dois ou três acusados e que foram iniciadas na mesma época; ainda sequer foram concluídas.(*)
Mais uma vez, "matou a cobra e mostrou o pau". Sem pudores e sem medo, Joaquim Barbosa expõe claramente quem está comprometido com os interesses dos corruptos e busca desculpas para justificar o injustificável.

Diante de tudo isso, pelo menos para mim, fica a ideia da quase certeza em relação à prescrição do caso. Nem é preciso lembrar que um dos ministros indicados por Lula, o ministro Dias Tófolli, foi colocado ali "sob medida" para esse processo. Pois, para quem não se lembra, ele foi advogado de defesa de José Dirceu.

Pelo menos, se tudo der errado, teremos visto a coragem e o desprendimento do ministro Joaquim Barbosa dar um tapa na cara dos que tentavam imputar-lhe a culpa pela prescrição. Se o processo acabar por prescrever e não condenar ninguém; o desfecho terá sido por vontade dos ministros, sendo necessário que eles arrumem outra desculpa esfarrapada para justificar a cara-de-pau.
É como minha velha mãe dizia: "Mentira tem perna curta".

Fonte: Visão Panorâmica, 08 Janeiro 2012 09:52  por Arthurius Maximus
Colaboração: Professora Ana Cristina Duque - Legislação e Ética em Auditoria
Pós em Auditoria de Sistemas de Saúde
Universidade Estácio de Sá