segunda-feira, 18 de maio de 2009

Auditoria in loco: caminho para um melhor faturamento

O distanciamento entre o uso de materiais, o faturamento e o recebimento é uma realidade nos hospitais
A dificuldade dos hospitais entenderem o manual do intercâmbio e dos contratos diretos fez com que a Unimed Brasília desenvolvesse a Auditoria In Loco. De acordo com o superintendente de Recursos Próprios da Unimed Brasília, Robson Parpinelli, o distanciamento entre o uso de materiais, o faturamento e o recebimento é uma realidade nos hospitais brasileiros.
"Os gastos com materiais são perdas, afinal você usou, não faturou e não tem nem idéia se vai receber por isso", comenta Parpinelli.
Em 2007, após a consolidação da informatização e controle, a Unimed Brasília contabilizou a perda de 3% do faturamento, ou o mesmo que R$ 77 mil/mês. "Era muito dinheiro, muito mesmo. Para nós, R$0,01 é muito dinheiro", exclama.
Em 2008, essa perda se manteve em média de 0,5%. "Isso representou um total de R$ 778 mil em redução de perda, ao longo do ano. Se falarmos, também, em gastos com folha pessoal, a Unimed Brasília teve uma economia de R$1 milhão com estes dois processos".
Ao optar por planejar uma Auditoria In Loco, a cooperadora definiu quais as ferramentas seriam utilizadas e avaliou e reescreveu os processos. "Essa avaliação é a principal de qualquer projeto. E mais, também é necessário que se invista em capacitação e reavalie os resultados obtidos".
Em meio às atividades planejadas, Parpinelli destaca a interface entre os setores e a educação continuada. "Não adianta cada um seguir para um lado, o trabalho deve ser realizado em conjunto, todos devem ‘remar" para o mesmo sentido. São muito importantes que não se desvirtue as ações do hospital de uma ação médica. "O médico tem que ser um colaborador", ressalta.
A Auditoria In Loco tem feito com que a Unimed Brasília fature 80% em seus dois hospitais com uma média de 72 horas após alta, os outros 20% em até oito dias após alta. "A Auditoria também nos permitiu reduzir 30% da equipe pré-faturamento, e a conscientização das equipes de enfermagem e farmácia sobre a necessidade do trabalho in loco, e consequentemente, a redução da glosa", explica o superintendente.
Parpinelli indica a mudança cultural como a principal dificuldade da Auditoria. Para ele, o mais difícil foi desenvolver o projeto sem parar o funcionamento do hospital.
Mas, segundo o executivo, a Auditoria ainda tem algumas pendências existentes. "A falta de conscientização dos médicos assistenciais da necessidade de cumprimento dos cronogramas internos é um sério problema. Isso é essencial para se reduzir ainda mais as glosas. Outra pendência importante é a alocação eletrônica de medicamentos, e a conclusão do prontuário eletrônico", finaliza.

por Thaia Duo -07/05/2009

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