terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Médicos podem ter salário inicial de R$ 15 mil.

Tramita na Câmara a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 454/09, dos deputados Eleuses Paiva (DEM-SP) e Ronaldo Caiado (DEM-GO), que cria a carreira de médico nos serviços públicos federal, estadual e municipal e estabelece a remuneração inicial da categoria em R$ 15.187,00, semelhante a de juízes e promotores.
O objetivo da proposta, segundo os autores, é criar a carreira de estado para os médicos. Os deputados alegam que essa é uma antiga reivindicação da categoria e traz benefícios para a sociedade.
"O fortalecimento dos profissionais atuando em áreas exclusivas de Estado é um requisito para garantir a qualidade e a continuidade da prestação de serviços à população", afirmam os deputados.
Salário
Eles argumentam que a categoria convive hoje com baixos salários no serviço público, o que provoca desmotivação. Os deputados usam como exemplo a tabela de honorários do Sistema Único de Saúde (SUS), onde uma cirurgia de artérias e veias paga no máximo R$ 308,00 ao médico.
"Não são honorários que recompensem o trabalho de um médico, que lida com a vida humana. Este é o motivo que nos leva a requerer a melhoria dos salários dos médicos, tendo como meta os subsídios de juízes e promotores", afirmam os parlamentares, ambos médicos.
Diretrizes
A PEC estabelece normas para a organização da carreira de médico de estado. A atividade só poderá ser exercida por ocupantes de cargos efetivos, contratados por concurso público. Também estão entre as diretrizes:
- a participação dos conselhos de medicina nos concursos para a área;
- a ascensão funcional baseada, alternadamente, em critérios de merecimento e antiguidade;
- o exercício do cargo em regime de dedicação exclusiva, com autorização para ocupar outro cargo ou função apenas no magistério;
- a proibição de receber honorários ou qualquer outro tipo de remuneração de pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;
- o exercício administrativo e funcional do cargo de médico de estado será regulado e fiscalizado pelo Conselho Federal de Medicina;
- os médicos federais, estaduais e municipáis concursados pelas regras anteriores à promulgação da emenda constitucional constituirão carreira em extinção; e
- o piso salarial dos médicos será fixado em lei e reajustado anualmente.
Tramitação
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania analisará a admissibilidade da PEC. Caso aprovada, a proposta será examinada por comissão especial e, depois, votada em dois turnos pelo Plenário.
Os deputados alegam que essa é uma antiga reivindicação da categoria e traz benefícios para a sociedade

Fonte: Agência Câmara 01/02/2010

2 comentários:

  1. Essa é uma idéia fabulosa, desde quando sejam cumpridos os requisitos citados.
    Não adianta o cara ser o médico do sistema público, ganhar um excelente salário e mesmo assim sair para atividades particulares. Quem não quiser não faz a prova de seleção.
    Enfim, colocar o médico bem remunerado e a serviço do Estado é uma das melhores estratégias.

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  2. Em pouco tempo veremos os casos. Que os médicos briguem por melhores condições e salários é algo justificado e autêntico. Mas esse gordo piso salarial não vai mudar em nada o sistema de saúde... não existe relação alguma entre gordos salarios e qualidade em saúde. Será somente mais poder (isso está claríssimo no PEC) e dinheiro. Sejamos sinceros; os salários dos médicos estão no pico da média brasileira.Em contraste, temos uma das piores sanidades do mundo. Um total absurdo e mais "fisiologismo corporativista".

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